domingo, 29 de janeiro de 2012

Fantoches de rua e da vida...


Porque todos, um dia, ou de quando em vez, somos patetas! Ou palhaços tristes!? Quiçá, atores de um drama de vida eterno… ou então, nada pior do que isto: o de sermos obra inacabada! Ou tudo, ou nada! Eu prefiro! Do que a terebrante (in)contrução… e a azeda mastigável sensação de estar sempre a “morrer na praia”!

Mas também tem dias, outros dias, e os dias são tantos, que podemos ser coisas diferentes, dia sim, dia não, em que somos loucos fantoches, sem cor, sem alma, deitados numa tumular caixa de sapatos amarelecida, fantoches bonecos sem vida, num teatro(zinho) de rua, até que, uma mão humana, dentro deles, com carinho, mas de forma muito invasiva, pelo que acredito, dolorosa para o, até então, inanimado boneco, lhes entra dentro, e assim, os sentimentos dos fantoches, não são mais do que os sentimentos que nos limpam ou poluem a alma, num determinado momento… e a sua vida é a nossa vida, e por vezes, a vida deles, passa a ser a nossa…ilusão…confusão!

E ali estamos, “performes de cara escondida” atrás de uma caixa de papelão colorida, bonita por fora, por dentro vazia, como (por vezes) a nossa vida, e tudo isto, à espera daquela esmola que tanto precisamos que chegue, e que não tem nada a ver com o som “plim” que se escuta, atrás do teatrinho, e que são essas infames e porcas moedas…haverá algo mais porco do que o dinheiro? Mas, paradoxalmente, tão necessário?

Mas não, não é essa a esmola que eu quero, que muitos de nós, fantoches deste teatrinho colorido e por vezes vazio que é a vida, e enquanto alma, queremos!

Dia após dia, eu, em particular, monto e desmonto o meu teatrinho patético de rua, dia após dia. Os meus braços, cada vez pesam mais, e a estória que antes era breve, dinâmica, alegre, com o tic-tac do tempo, e o “flip-flop” do mudar das folhas no calendário dos dias, dos meses e do ano civil, começa a arrastar-se, e as moedas... vão caindo… cada vez menos, esse som do “plim”, começa a ser cada vez mais espaçado…e o eu, homem-fantoche, já delirantemente cansado, porque ninguém, mas ninguém (porra pá!), me trás a esmola que eu quero…

Cairei eu por terra antes de receber a moeda imaterial que tanto busco?

…o teatrinho de rua já perde a cor, tal como o meu cabelo e os meus olhos, as minhas mãos! Essas, já são mais alvas que a cal que pinta paisagens do “além tejo”.

Já não coordeno, da mesma forma, os movimentos, a estória inicial, cada vez mais se parece com nada, ou um conto arrastado de terror! Os bonecos, os meus fantoches, que não são mais que os meus fantasmas, também envelhecem, já parecem trapos farrapos com cabeça em traços disformes, em decadência, como o teatrinho, como eu…estamos todos a perder a cor, e a esperança!

…mas todos os dias, cada vez mais pedinte, não de um “plim” de moeda, mas de um milagre, “O Milagre”, continuo à espera da esmola que quero, que teimo em querer, mas não vem… esmola que como disse, não é dinheiro, moedas, fortuna… a saber, mas era apenas e só, o amor incondicional de alguém…

Perdoem este fantoche… por não sabe imitar, por abstinência, o som que esse gesto tem!

Dito!




Amor feliz e trigueiro!


Serás tu, mulher, porventura, o meu Amor feliz e trigueiro?
Aquele que em solarengos dias passa defronte da minha Janela?
Ou serás tu, em simultâneo, o meu ano anjo sereno e braseiro?
Que noite e dia a mim me acalma, a mim me aquece e por mim vela?

Ou serás algo mais? Quiçá, o meu (el) dourado amor primeiro?
E porque não, a minha capa santa e protectora de cor milho amarela?
Ou então, “apenas” alguém que nutre por mim um sentimento verdadeiro,
e que sempre, por amor, em mim se fecha, me cobre e por mim zela?

Ou serás tu, simplesmente, um clarão grandioso, pleno de tudo e nada?
Com corpo de poema, amante, confidente, amiga e ainda, mulher amada!
Alucino e transpiro de uma “febre escaldante”, por ainda (já) não te ter…

…e nessas ausências, constantes e sempre longos demais, finjo que és etérea,
mas tem dias em que te pressinto, e tornas-te, como por magia, em matéria!
Numa miragem do coração, e em sortes, apenas desejo, um dia, por amor, poder viver!

sábado, 28 de janeiro de 2012

Punição e castigo


A Paisagem flutua, qual jardins suspensos da Babilónia…o nevoeiro adensa…

A Pena, no tinteiro cárcere, mea culpa, cai no esquecimento!

Eu e a vida, solidários, em tudo, apenas e só, uma só tença…

…eu e a vida, em sinal de união no dizimo pagamento!



Que bom fustigar (-me), é o meu! Chicote justo que estalas uníssono!

Como pode ser tão purificador este, em bom rigor, auto flagelamento!

Pelos meus pecados mundanos e profanos, joga o prazer V dor! Sou submisso!

Porém, pecador na vida sou, sim de fato, mas sem alegria, com dor e lamento!

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

…para sempre te amar!



Tentar ser algo como que um complemento,

mas ser mais do que etéreo, imaginação!

Ser tudo para ti, num determinado momento,

que fosse tudo, mas tudo, excepto vã ilusão!



Pensar o nosso amor como o mais raro invento,

educa-lo como uma criança, guiá-lo pela mão

Ver em cada seu olhar o mais secreto e puro sentimento,

e ver em ti, candidamente, o lado oposto da solidão!



Ser um amor puro e belo, sempre encantador,

a todas as pequenas e ínfimas coisas, dar valor!

Arranjar tempo para tudo, até para, simplesmente divagar!



Ver em ti, mulher, a minha outra (sã) metade,

nas palavras, sempre, sentir o doce timbre da verdade,

sentir a força e a alegria, de por ti, ser-te fiel, para sempre te amar!

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Perfeita imperfeição


O teu estado de alma navega na imperfeição,

condição humana, muito natural até,

não fosse ela a causa da tua cegueira,

sim essa mesma que não te deixa por um instante ver o amor,

ver-me a mim, sim eu, eu que navego na mesma imperfeição que tu.

As patologias são idênticas, o mesmo diagnóstico.

Vocês, meus caros, sofrem de cegueira! Só que a minha cegueira cega-me

para o resto da multidão, e assim, só te vejo a ti a navegar, de forma perfeita,

na imperfeição.


Beijo e abraço (escrito naïf)

 

O que é um beijo?

O que ele significa?

Se um beijo é um desejo!?

Feliz quem com ele fica.




E o que é um abraço?

Ou um aperto de mão?

Serão ambos, e o beijo, mais um passo,

para uma justa e boa união?


No fundo, tudo tem e faz sentido,

desde que feito de, e com verdade!

Nunca nada é tempo perdido,

quando é em nome do amor, e da amizade!

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Clímax mútuo de amor (-) perfeito



É junto a ti, ao teu peito,
que eu me quero recostar.
Fazer o que nunca fora feito,
amar, amar, apenas e só, amar!

Ter-te como um amor (-) perfeito,
ter-te somente para te admirar,
para depois beijar teu frondoso peito
e gritar, gritar, apenas e só, gritar!

Beijo mil vezes esse teu lindo nome,
a ti me entrego, enfim, livre, dou-me!
O clímax, mútuo, vem (se) entre abraços!

É a loucura, entrego-me ainda mais a ti!
É o orgasmo, eu sei, mas não é o fim!
Sei que voltarás, já de novo, sinto teus passos…

Procuro alguém…


Procuro alguém em quem confiar!

Alguém a quem dar a chave e o segredo!

Alguém que eu também possa amar,

sem qualquer espécie de receio ou medo!



Procuro alguém com quem possa falar!

Alguém que comigo queira um compromisso,

alguém para quem eu possa solenemente olhar,

e prender-me, a ela, como se fosse um feitiço.



Quero, preciso e procuro, alguém para me apoiar!

Alguém para quem a paciência é sinónimo de paixão!

Alguém que esteja na disposição de me amar!

Alguém que queira, de forma livre, dar-me a sua mão!



Mas o que encontro é diferente do que procuro!

Sei que será, eventualmente, uma busca plena de utopia!

Quem sabe, não estarás tu do outro lado do escuro?

E como tal, procuro-te, mas procuro-te não de noite mas sim, à luz do dia.

Cheguei Tarde! (non sense)



Cheguei tarde, sim, de qualquer forma, convicto que tal não tinha acontecido, pedi um café! Para ti, bom, não se mandou vir nada, como também não se disse uma única palavra.

A noite ia ser encantadora! Sentia-o! Não tanto pela tua não presença física, mas sim, pelas longas golas brancas, por sobre o casaco preto, da senhora em frente! Ela sorri, nas tuas costas, ela sorri, e eu, interiormente, e intimamente, sinto-me feliz, penso o quanto isso é bom e o quanto isso me orgulha!

O meu café? Quase que já o acabei, mas de facto, não o terminei de todo, assim como o nosso não encontro, assim como a nossa não relação!

Levanto-me, pago, e lanço um último olhar à senhora das longas golas brancas por sobre o casaco preto, ela já não sorri tanto, fuma sofregamente, e quase que chora…

sem tu estares, nem nunca teres estado neste nosso não encontro, saímos os dois, está fresco, mas não vai deixar de ser uma noite encantadora. Remexo os desgastados bolsos do meu insalubre casaco, sinto aquilo que me parecem ser duas notas de conto, abotoou-me ao dinheiro e ao casaco, viro à esquerda, e lá não vamos os dois, rua abaixo!

No meu coração, a esperança de te não voltar a encontrar…

Ao longe, ainda me parece ouvir alguém a sair do café, não sei bem se o que de seguida escutei foi um sussurro casual do vento, ou um rouco e atabacado apelo lamuriante - Olhe…    ...favor…. De facto não sei!? E se foi, o vento, ou a distância, engoliu as palavras…

O frio parece aumentar! Neste momento, nenhum sussurro, apenas uns passos tímidos a fazerem-se à rua, à calçada, que tanto sobe como desce, para o bem e para o mal.

Decidi não pensar mais, não te dou a mão e faço-me à vida, porque esta noite, ia ser uma noite encantadora…sem ti, só, e ainda assim feliz…

Que te fale de solidão!?


Pedes-me que te fale de solidão! Paro, olho para o horizonte que não é mais do que a parede do teu quarto! Respiro pesadamente, “queimo” algum tempo, muito tempo, pois na verdade, não sei o que te dizer, talvez te reinvente um qualquer chavão, que na tua alma de mulher poeta apaixonada, sei que vais adorar!

Solidão? Bem sei eu explicar o que isso é! Sem cair no meu ar pretensioso e ridículo de galã decadente!? Bolas, mais valia perguntares-me a tabuada dos nove, que por acaso, só por acaso, também não sei, mas sempre me iria desculpando com uma infância infeliz, da má qualidade do meu ensino primário, mas não, tinhas de aprofundar a nossa relação recorrendo a temas quase que metafísicos.

A parede do teu quarto já não é o infinito, é algo mais, um algo mais que me irrita, é o símbolo da minha demorada estupidez, do meu profundo desconhecimento sobre as coisas da vida, e sobre mim próprio.

Sorrio como quem tosse, aflito, semicerro os olhos, movimento “suadamente” os dedos nas mãos já dormentes e esboço uma resposta muito ao género da literatura de cordel - Sabes…solidão é…bom…é estarmos com alguém que não tem nada para nos dizer, ou que não nos diz nada…estarmos, sei lá, com alguém que não nos quer ouvir, mesmo nos nossos silêncios…que não tem tempo para nós, o “nós” do amor, não o vulgar nós, a soma do eu e tu…ou então, alguém que nos quer para tudo e muito, mas menos para amar…!

Deixo-me cair para trás, de imediato, como uma insaciável predadora, debruças-te languidamente sobre mim, sorris, mas como quem sorri por e com ironia, como sorri um ser humano a atestar a estupidez de um outro ser humano.

Não dizes nada, apenas brincas, roças o teu corpo em mim e sorris…sorris…e sorris…quando tento de novo falar, colocas os teus dedos sobre os meus lábios e insistindo no teu no sorriso, dizes-me que não, que não queres ouvir a tabuada dos nove, sem tu própria saberes de que, por vezes, muitas vezes, vezes de mais, nos é difícil falar daquilo que nos vai cá por dentro, e isso, bem, isso não é uma questão de pura aritmética, mas sim da subjectividade dos sentimentos e de valores que jamais, aritmética alguma, irá resolver!

Estar e aqui sim, é estar com alguém e apesar de tudo, não ter nada para lhe dizer!

Continuas pendurada no teu sorriso, mas nem ele, nem já tu, significam a mesma coisa.

Levanto-me, engelho-te a testa, ainda com ar de galã vitorioso, saio da tua porta e da tua vida, cantarolando…nove vezes um, nove, nove vezes dois…. e pensando, para mim mesmo, que mais vale , que em solidão, que não são, realmente, a mesma coisa…devo-te isso…obrigada!


segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Escura solidão!



O que agora aqui escrevo,
é de negra  escuridão,
é como na ferida meter o dedo,
nessa ferida, de nome solidão!

São as pernas que ficam dormentes,
as mãos que começam a esfriar,
esfriam porque eram quentes,
e quentes, já não voltam a estar!

Mas também é algo em mim !?
Um sentido estranho que me leva a esta situação!
Algo muito poderoso e aparentemente sem fim,
mas feio , que cultiva em mim a semente da desilusão!

Ou será que é algo em ti !?
O teu olhar? O teu Sorriso? O teu perfume?
Sei que foi algo que por ti senti,
que me ardeu e queimou por dentro, como lume!

Sonho… que já só o piano toca solto,
somente tu e eu dançamos lentamente,
e danço, danço com gosto,
porque contigo, dançaria eternamente!

De qualquer modo, o que aqui escrevo,
é sempre de negra e escura solidão,
e por mais que meta na ferida o dedo,
só encontro, uma podre e fétida solidão!






Um amor, uma mulher, uma amiga…

 

Um amor, uma mulher, uma amiga, nunca se esquecem, permanecem, na nossa memória, nos nossos olhos, no nosso coração…

E por mais que o vento sopre, que a água dos rios para o mar corra, esse amor, essa mulher, essa amiga, jamais se esquecerá!

O amor, a mulher, a amiga, estarão num lugar chamado de coração! Cada qual, estará à sua maneira, mas sempre, todas, à maneira do coração, cada qual, ocupando o seu pequeno o grande espaço, depende, mas sempre no coração!

O vento? Esse continuará a soprar. A água? Essa continuará a correr dos rios para o mar! O tempo? Então esse, continuará a correr, contra ele próprio, como nunca…mas um AMOR…uma MULHER… um BOA AMIGA… isso, nunca, jamais se esquecerá!

Sê Feliz



Sê feliz, mas não te esqueças que te amo, e que, algures por essas noites, eu hei-de andar em busca de uma felicidade que não sei onde se esconde!? Se num banco de um bar? Se num recanto escondido e barulhento de uma discoteca? E porque não, no fundo de uma garrafa!?
 
Sê feliz, mas não te esqueças que eu te amo muito, e que algures, eu estou só, brincando com os meus dedos, olhando-me nos olhos, dizendo que “me amo”, acariciando as minhas faces, falando comigo mesmo, tentando encontrar assim um pouco de felicidade na minha loucura…
 
Sê feliz, mas não te esqueças de o ser muito verdadeiramente, porque eu, simplesmente, te amo, algures por ai…




Parabéns Pai



Pai, hoje é o teu dia, caso estivesses entre nós, fazias 70 anos, uma idade bonita.

Pai! Mais uma vez, em silêncio, aquele silêncio que me toma todos os anos neste dia, fecho os olhos, abraço-me a ti, vejo-me ainda pequeno ao teu colo, e digo-te: - Parabéns Papá. E tu dás-me sempre aquele beijo e dizes sempre o mesmo: - obrigada filhote, o que me agrada bastante, pois é sinal que não mudas, e o teu coração continua puro…o meu, infelizmente já não!

 Já te enviei o meu presente, directo ao céu, sai agora à Rua, olhei para lá, e mandei-te um beijo, sei que os “Correios do Céu”, porque trabalham com coisas do coração, entregam a encomenda de imediato.

Porque acredito na vida espiritual para além da morte, eu sei que hoje, ai nesse lugar a que chamam de céu, tu estás em festa, com todos os que também já partiram, família e amigos. Sonho com o teu bolo, feito das melhores nuvens que todo o dia andarão pelos céus, e se sentir uma brisa mais forte no meu rosto, sei que é o teu sopro a apagar as velas, e que passando as nuvens, se tornam num espiritual beijo de amor.

 Amo-te Pai, sei que estás hoje e todos os dia comigo, e que nunca, mas por nunca, me largaste a mão. Eu sei que tu hoje é que és pequenino, mas sou eu que quero o teu colo.

 Amo-te para todo o sempre, e isso será quando eu, finalmente, me encontrar contigo, talvez não o faça no Céu, porque nem todos têm o direito de lá entrar, mas sei que estarás numa antecâmara, para me receber, e me abraçares antes de eu seguir o meu caminho, e ai, o meu espirito irá abraçar o teu.

 Mas hoje é um dia de festa e de alegria, ai, como aqui, eu e a Mãe damos-te os Parabéns, como te disse, eu envie-te, um beijo, a Mãe, lá em cima, sozinha no quarto, chora e reza por ti…porque tu foste e és, o nosso único e grande amor!

 Parabéns Pai

Anjo Perdição

Como seria bom estar sempre ao teu lado!

Olhar-te, sentir-te, sentir o teu calor e o teu cheiro.


Como seria bom, sim, como seria bom, ouvir-te dizer: - amo-te!

Ou então, muito simplesmente, como seria mágico tu me quereres como eu te quero…mais que tudo!


Como seria bom poder tocar o teu corpo deliciosamente nu e cheiroso, desse teu cheiro incomum que me enlouquece!


Como seria bom escutar o teu cintilante e excitante sussurrar dizendo que que me queres sentir forte, feio e fundo em ti!


Mulher! Como seria bom poder beijar esses teus rijos seios, morder-te esses lábios carnudos, cheirar o teu cabelo e fazer amor contigo… e chamar-te MULHER, mulher da minha vida…mulher que eu quero para mim, neste presente, neste momento, neste agora…


Não Imaginas como seria bom deixar de sonhar…deixar de ouvir tal música no meu coração…de escutar o nervoso tic-tac- tic-tac tic-tac do relógio, para poder sair, para te poder procurar por ai, para te ver…ajuda-me! Imploro-te! Tira-me deste buraco fundo que é o meu amor incontrolável por ti…meu anjo da perdição, que me faz sentir calor, ardor, fogo e tesão…


…que o diabo te carregue, mas vá, isso, força, rasga-me esse véu, expõe o teu corpo ao céu, faz o que quiseres de mim…mas deixa-me ver-te nua, beijar o teu intimo e gritar bem alto: - tu, minha louca, és a Mulher da minha vida!


Como seria bom eu calar-me, mas melhor, o mais que bom, seria eu deixar de te querer mais do que me quero a mim mesmo!


Sabes, quando por fim me acalmo, penso que juntos poderíamos não mudar o mundo, mas talvez, quem sabe, mudar um pouco de nós mesmos!

sábado, 21 de janeiro de 2012

Fala-me!

Fala-me com calma e bem devagar,
de modo a eu te tentar perceber,
o que estamos os dois a Ganhar!
O que estamos os dois a perder!

Vá lá…abre o teu coração para mim,
não temas, não tenhas esses receios,
a falar, chegaremos por certo a algum fim.
Tens é que falar solto e sem rodeios!

Escreve-me! Se para isso, na caneta, sentires emoção!
Lembra-te disto: que ao falares para o papel,
estás a aliviar essa dor que mora no teu coração,
de Criança, de Menina, e de Mulher.

Mas o que mais desejava, agora, era ficar a sós contigo!
Onde ninguém nos pudesse encontrar!
Longe de todo o mal e de todo o perigo,
tipo... num “espaço quarto escondido”, livres para Amar!

Nada pode durar para todo o sempre!
Sei que muitos haverão de pensar assim.
Mas o meu amor por ti irá durar eternamente…
…eternamente, porque não lhe sabemos, por agora, um fim!

Sei que por vezes o ridículo me atraiçoa,
Sei também, que tenho muito para mudar.
Mas acredita, não quero ser uma outra pessoa…
…quero apenas ser EU, para te continuar a amar!

Assim…com o destino marcado…mas sem fim!!!


Ansiedade

Não quero assim me perder,
nesses teu braços, nesse teu calor,
nesse teu corpo inundado de prazer,
que tem tanto, mas tanto para dar, nesse jogo que é o  AMOR!

Não quero ficar cego,
não quero, em ti, me esgotar,
pois tu não és “bóia” que eu comigo levo,
e que um dia, me possa salvar!

Não quero, contudo, viver sem ti!
Não quero esse teu singular olhar perder!
Quero simplesmente que fiques aqui,
um lugar nenhum, onde só nós e este amor, pode sobreviver!

Não quero! Não quero!
Sim, é só isso que consigo agora falar!
Pois é o que digo quando literalmente desespero,
e que ninguém, mas ninguém, em mim, pode calar!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

QUERO…

Quero afagar o teu pranto,
mas quero também o teu cheiro de Severa Mulher Melodia!
Quero ainda, sofregamente, sorver o encanto do teu canto,
todas as próximas milenares noites, e mais um dia…
Quero ver-te muito transparente,
a tua nudez interior, ver como são os teus, sentidos, pensamentos e desejos!
Quero ter por ti, um manifesto amor “doente”,
e doente ficar, se não tiver teus lânguidos beijos!
Quero ser a tua acolhida mimada flor,
e não, nunca por nunca,  uma flor qualquer!
Ou então, simplesmente quero o teu amor,
que sejas, de forma sublime e tão simplesmente, MINHA MULHER!
Quero, acima de tudo, que sejas como já és,
que sejas alfa (α) e ómega (Ω), principio e fim!
E então, beijar-te-ei determinado e rendido, da cabeça aos pés.
É isso apenas que quero de ti, desde sempre e para sempre, para mim!

domingo, 8 de janeiro de 2012

Amor! Ilusão?

Amor! Faz-me enlouquecer!
Aproveita-te o melhor de mim,
porque sabes que te desejo, quero-te viver,
quero que sejas, eternamente, o meu jardim de JASMIM!
 
O nosso amor faz a terra estremecer,
com ele, também ganhei nova alma,  fortaleci,
e vi, no princípio do nosso amor, apenas um fim:
em teus braços de amor Morfeu, morrer…
 
Salto, qual adolescente apaixonado, para a nossa cama,
leito de pecado, onde tudo é permitido e tudo se trama…
…onde o amor é rei, é mestre é poema e canção.
 
Mas no fundo, isto é apenas o meu sonhar…
…amar sem mácula, sem tocar, contudo, “pecando” sem pecar!
E no fim, saber-te apenas e só como ilusão…


sábado, 7 de janeiro de 2012

Musa

Perdi a minha Musa inspiradora,
aquela que faz meus versos rimar.
Aquela que é a única causadora,
de meu viver, sorrir e sonhar!
 
Perdi sim! Onde? Não sei!
Nem sei se a quero outra vez…
Ainda me lembro que quando a vi, vibrei,
e tanto foi o nervoso, que imaginem, me suou a tez.
 
Agora, sei que de novo a quero encontrar!
Mas para quê? Se há pouco isso não desejava?
Porque sei que te quero, não para musa, mas para amar…
Porque há muito, já eu te amava!
 
Mas como posso eu te procurar?
Se nem sequer a tua graça eu sei!?
Em algum lugar haverás de estar,
e eu, imbecil, a procurar-te ainda não comecei…
 
…porque espero que venhas em minha busca!
Porque espero que também penses em mim…
…e sonho que quando chegares, com a luz já fusca,
a cama, o amor, será o nosso fim.
 
Ai de mim que perdi minha Musa inspiradora,
aquela que faz meus versos rimar.
Aquela que é a grande causadora,
de meu viver, sorrir e sonhar.

Fogo


Não sou pirómano, mas não escondo que me encanta o fogo, a sua dança, o seu sissibilar… (não me equivoquei no duplo si)

Não sou pirómano, mas não escondo que o fogo, de alguma forma me atrai e que, de alguma forma (perdoem-me esta necessária redundância), o acho, na vida e na morte, muito semelhante aos restantes seres vivos, que, abrir aspas, se alimentam do ar, do oxigénio, fechar aspas

…ele é humano como nós, sem o ar, sem o oxigénio, morre, ou pelo contrário, vive, cresce, e o seu crescimento pode tomar proporções assustadoras… este fogo grande e assassino já não me encanta, este fogo não dança, é um criminoso que ludibria, e não sissibila, grita assustadoramente, embora, ao ouvi-lo, quando a monte, por baixo ou sobre as copas das arvores, não sei se o som que escuto, que são sons guturais, são de um demónio que se orgasmisa com a destruição que empreende, ou se é a biodiversidade, consumida por ele, que lança os seus últimos gritos, antes de desfalecer sobre o abafo, morrer por força das labaredas e por fim, em cinzas se transformar …

Por isso repito, que de fato não sou pirómano, mas não escondo que me encanta o fogo, a sua dança, o seu sissibilar… mas não de um fogo descontrolado, solto, livre, mas sim controlado na sua jaula, como animal que é…uma simples lareira…esta besta, que me encanta, mas que mata e destrói, até pode servir como “paisagem” romântica…ui…que requinte…uma pele de Urso polar (sintética, claro) no chão…uma garrafa de Moët & Chandon e dois copos de cristal Baccarat, o melhor cristal do mundo, alguns suculentos morangos e um fondue de chocolate, ou umas natas irlandesas…e claro a crepitante e sensual lareira…

Assim, não sei bem por que razão, gosto de brincar com o fogo, literalmente, não no sentido metafórico que todos sabemos, gosto de brincar sadicamente com esse “lobo em pele de cordeiro”, que me atrai e repugna, assim, gosto de lhe anunciar a morte…e chama é chama e toda a chama, penso eu, haverá de ser fogo…e assim coloco uma vela em cima de uma mesa fria, como uma pedra tumular, acendo a mesma com um desses instrumento do diabo que é o fosforo, ou isqueiro, tanto faz… ambos, aviso-vos (em surdina), são o demónio disfarçado, tal como o diabo o tantas vezes faz…. depois, com um copo, o mais cristalino possível, coloco sobre a vela acesa, e como quem asfixia um qualquer ser vivo, levanto o copo e dou-lhe esperança a chama ganha força e vida, sadicamente e lentamente, baixo o copo, e vejo a sua alma a desaparecer, maldita chama…agoniza, sim, agoniza, pelas vidas inocentes que ceifaste, pela biodiversidade que destruíste…isso consume todo o ar que o copo contém….

… de novo, dou-lhe esperança, um pouco mais de ar, mais alguns segundos de vida, e por fim…impiedosamente, assisto à sua morte lenta…por fim, nada…apenas um pau de cera…uma espécie de capsula inocente, usada para dar corpo à chama.

…corro para lado nenhum, porém, um lado nenhum com água, e atiro, com desprezo, bem para o meio do ribeiro, a cera inerte, mas porque esse fogo que me encanta, com a sua dança e o seu sissibilar, mas que é também uma besta assassina, por obra do diabo, pode renascer sei lá como…até porque me dizem os mais velhos…”o diabo fez fogo com um pau”, e não vá “o diabo tece-las”, espero que a vela se afunde…e com ela, muitos dos meus medos, dos meus receios, e aqui sim, dos “muitos fogo com que eu brinco”, e aqui sim, não no sentido literal, mas metafórico.



Em conclusão, dei por mim a pensar que  a língua portuguesa é generosa, vejam…

HAVIA DOR no seu olhar!

Enquanto que o Barman AVIA DOR em copos de absinto!!!

E na pista, o AVIADOR, pousa docemente a sua majestosa máquina, o seu avião!

Sim, eu sei, uma conclusão sem sentido …

PORRA pá, a ironia é uma das muitas formas ou variantes do destino, seja da vida de cada um de nós, ou de uma mera reflexão de merda como a minha, mas que eu amo, porque sendo um filho meu, embora sem jeito e enjeitado, não deixa de ser isso…um filho (obra, criação, invenção) meu….

 JAN 2012