quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

Um lugar bom para albergar (o teu) um coração


“Cada um é como cada qual e cada qual […]” é à sua maneira.

O mesmo se pode dizer sobre o que para cada um o leva a alcançar a felicidade… a ser feliz.

Calma! A felicidade, esse estar feliz, é como a História, parafraseando Lucien Febvre: “É filha do seu tempo.”. E o que importa é que nesse tempo, a felicidade seja sentida e verdadeira.

Que seja felicidade do “tipo” felicidade, “tipo” … equilibrada, 50/50, tão congruente como uma perfeita bissetriz.

 

Sei que tens um grande, grande coração, daqueles, sabes, que não cabe num pequeno bolso ou algibeira,

tem de ser assim num espaço muito, mas muito maior, ou “mais grande”, como dizem as crianças… sabes, até já vi alguns projetos e ideias, estou a verificar cada um ponto por ponto, matriz por matriz.

Quero que esse tão grande e bom coração encaixe na perfeição onde um coração, assim, como o teu, se deve guardar, um lugar de encaixe fácil, sem ter de ser à força e com a ajuda de uma calçadeira.

Caso contrário, se não conseguir arranjar apropriado refúgio para esse sensorial coração, ficaria de rastos, o contrário de felicidade… sentir-me-ia muito infeliz.

 

Sabes, não sou moço de posses ou abastado, mas já falei com os melhores engenheiros que conheço, eu cá sou assim, quero para o teu sensitivo coração, uma coisa fixe pá, como tu, assim uma coisa mesmo porreira.

A malta conhecida, depois de encontrado o espaço, criado o espaço, tem de olhar e comparar a “coisa”, olhar para o teu coração nobre coração e dizer: - Ena pá, nem largo, nem justo, atão não é que está perfeito… o espaço para guardar o coração… tudo condiz!

Haverei de encontrar tal espaço, coisa ou lugar, seja a bem, ou a bem, a mal nunca será, nem que recorra a “Wiccas”, oráculos, bolas de cristal, ou que mande vir das américas um Benzedeira,

e eu sei que vou conseguir, melhor, vamos conseguir, vai dar certo, e se não for por margem folgada, que seja por uma” unha negra”, por “um triz”. Como amigo, o que eu quero é que sejas tão somente… feliz!

 

Para este inaudito projeto, tenho-te andando a tirar as medidas ao coração, “plus”, intensidade elétrica que este emana de felicidade, e acredita, olhar o coração de outro alguém e avaliar a intensidade da sua felicidade, não é brincadeira,

até porque mexer com o coração de alguém é coisa mesmo muito séria, e olha que nada que vi, ouvi ou li, o desdiz.

Tu mereces, e na verdade mal te conheço… apenas o teu toque, e os teus olhos, mas que quando em simultâneo estão na minha presença acalmam-me, e enchem-me a alma todinha, plena, por inteira.

Nesses momentos és tudo, és grande, és a minha heroína, pois trazes paz à vida de alguém, que por razões da existência, se sente agora tão pequeno e com medo de sorrir ou até algo mais arrojado, como sentir aquela alegria de quando se era petiz.

 

Sabes, gosto mesmo muito de ti, e na fronteira de uma quase funcional bipolaridade, és a minha tábua de salvação, um dos meus dois Anjos da Guarda, um baluarte, a última defesa, a última e mais forte charneira.

Brota de ti uma afeição especial e que sinto como pura, como pura e especial, para quem tem sede (medo), é como a água que brota cristalina de um chafariz.

Onde guardar alguém que no silêncio dos olhares é Estrela do Norte, Astrolábio, Bússola, GPS, sedativo são e natural, amiga em silêncio subentendida e até conselheira?

Pois é, sei bem onde guardar esse teu magnífico e por explorar coração, cara amiga, e que gostava de ver pleno de felicidade… acabo de te arranjar um T0, mobilado, no meu peito, na minha alma/coração, porque a vida não tem de ser sempre um solitário, pesado fardo fado, que aqui resguardados, o teu coração e felicidade sejam, doravante, um dos meus Anjos, uma poderosa e libertadora força motriz.

 João Ramos

00H58

02/12/2020

 

1 comentário: