quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Encurralado no TEMPO


Fui, sem o saber, encurralado no TEMPO, nesse TEMPO que não sei quanto TEMPO vai durar, e com que tempo, do TEMPO, me foi colocado na algibeira para por cá andar.

Mas todo o tempo, do TEMPO, que passo sem o teu amor, sem dizer o quanto te amo e sem o teu abraço,

é mais pesado e penoso do que esta coisa que agora carrego em mim, que me tolhe a alma. Lá silenciosa ela é, mas sabe por o palato de qualquer pessoa a amargar, de parecer que o mundo se entropia, e ficamos sem onde nos agarrar.

Tal como o AMOR, um grande AMOR, “ela” também não tem cura, apenas entra em remissão, mas um dia pode vir, ou pode ir e não voltar, ou voltar nunca mais… mas não se enganem, pois tal como o AMOR, um grande AMOR, embora queda e muda, está lá, escondida num qualquer e interior nosso espaço.

 De repente, estou assim, encurralado no Tempo, e percebo que uma vida toda, ou uma vida como a de Matusalém, é sempre curta para fazer seja o que for… mas quando pensamos no amor, AMOR, e o quanto podíamos ainda mais amar… é como “morrer na praia”, ou ficar algures entre o último pedaço de terra e a primeira espuma da água que anuncia o imenso mar.

Passa-se a viver a vida em duodécimos, a prestações, com o irrequieto, irritante e inquietante som do Metrómano a marcar, sobre a minha vida, o seu ritmo, o seu compasso.

Agora já não conto os anos, os meses, tão pouco as semanas, penso apenas no hoje, porque “Hoje é Hoje”, amanhã? Bom, amanhã logo se verá! É viver às cegas, com uma venda nos olhos, tatear tonto aos apalpões, e com um garrote… que tanto pode salvar uma vida, como a pode tirar.
Até que ponto somos donos de nós? Não será uma ilusão!? Talvez! Por certo que sim!  Seremos senhores de decidir quando e como chegamos? E quando e como partimos? Não sei! Não creio! Aliás, cada vez sei menos, e menos certezas tenho acerca de tudo. A cada dia que passa, tudo está, aos olhos de minh’alma, muito torpe e baço!

 

E volto a pensar no tempo, naquele TEMPO que “pergunta ao TEMPO quanto tempo é que o TEMPO tem”, e o TEMPO, como não sabe, não quer ou não pode dar a resposta, acanha-se, esconde-se, envergonha-se de uma vergonha que até o próprio tempo do TODO PODEROSO  TEMPO, se retorce e as suas temporais faces de tempo do TEMPO, podemos ver corar.

E eis que volto a pensar, por causa do tempo, ou da escassez do mesmo, no AMOR. Não num só tipo de amor, mas em todos os tipos e formas de AMOR, o que me leva a pensar que se achava que tinha sido generoso a dar amor!? A Amar!? Agora sei que sovina fui nessa dádiva. O que dei, aos meus olhos, hoje, fede a pouco, tresanda a escasso.

Não creio, porém, que tenha sido por mal, leviana má fé, ou até por falta de empenho e dedicação, acredito sim que a vida, VIDA, por mais longa que seja, foi, é, e sempre será curta de mais para se conferir real valor ao amor e, para sem receios, a quem se ama, com esse amor AMOR, bafejar.

Tic-Tac, Tic-Tac. É aquele som mais calado que um mudo, que ressoa em nós, quando tomamos consciência de que não vamos ficar para sempre, como semente, talvez possamos passar a viver a vida, VIDA, com mais VIDA, e com o garrote, que tanto pode salvar uma vida, como a pode tirar, menos apertado, mais vida, VIDA, mais laço.

 Queria-te aqui, meu primeiro e único amor. Pelo amor e para fazeres a tua magia, e assim, este bater forte de medo que tenho no meu coração, conseguires acalmar, e quiçá, entre beijos, mimos e muitos abraços, possa por momentos ser esquecido ou até mesmo passar.

Queria o teu aconchego, poder ser sem medo ou vergonha, e em simultâneo, Homem/Menino, receoso e trémulo, mas ficar calmo e seguro, deste mar de medo agitado, em ti, no teu abraço.

Não desisti, nem “deitei a toalha ao chão”, penso no tempo, TEMPO, e viver o dia-a-dia. Continuo a ter Fé, e, quando à noite me deito, a pensar na vida, VIDA, gosto de sobre ela SONHAR,

porque dure a minha vida o que durar, de antes de anteontem, em diante, quero sentir que cada dia, do meu dia, foi um dia de AMOR, e não de nula pasmaceira, ou um fracasso!

 

02H24

03/12/2020


1 comentário:

  1. Não tenho palavras para exprimir, contudo camarada amigo e irmão de armas, a Fé a nossa Fé por vezes transcende tudo. Deus no comando . Grande Abraço ! A FORTIORI !

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