terça-feira, 5 de abril de 2016

O Falo e o Stiletto





Não me entristece a tua partida … em surdina…súbita… sem aviso prévio…
… foste como chegaste, “presto”! Há coisas que são assim, fulminantes, mas não menos saborosas!
Foi estonteante, delirante, arrepiante, intenso, foi um repimpar de rir, de amor, com muito glamour e sexo… muito sexo… cansámo-nos, tu desmaiaste e eu fiquei ébrio…
… está em meditação a fálica arma… tu, desmaiada, repousas, e eu passo a língua pelos meus lábios, que antes bebericaram no teu triângulo privado, sabem-me (os lábios) a rosas…

…se tu repousas, a mim o sono não me vem, acordado fico, sozinho, e de Falo adormecido, é um nada, um vazio, um incontornável tédio!
Deleito-me a olhar-te, és curvilínea, de corpo robusto, és luxuria em forma de mulher, robusta, frondosa…
…e assim se ergue do nada o Falo: - Olha-me para ele recomposto e latejante! Ergueu-se como que por magia… após um aparente e inocente toque da tua mão, enquanto retomavas o mundo dos vivos… com o teu olhar que ora era inocente, provocante, néscio e até sério…
… sem que o previsse, e não estando eu à defesa, reviras-te, e num ápice nele estás montada, com um ar meio tonto e esgazeado… mas sempre estético, ou de de louca tarada... e cavalgas qual Valquíria…
… mulher! O quão deliciosa me saíste tu! Tomas o que achas ser teu, sem pedidos nem meias modas: – São assim,sussurras-me, meu querido, as boas e valentes fodas!

Acossou-me, confesso, essa tua linguagem  (in) pertinentemente ordinária, trouxe um picante para a mesa que nos servia de cama, o chão…
… se tu gemias, eu urdia, santa imaginação, agarrava-te pela nuca e chamava-te de cadela, tu gemias ainda mais, e em espasmos, olhavas-me e chamavas-me de vadio, de meu cão…
… já não era amor, já não era sexo, nem sexo com amor, era mais do que isso e até do que paixão, era algo épico que nunca tinha vivido até então, a foda das fodas, a tesão… de todas e de sempre, a maior tesão…
Senti-me feliz por ser, naquele momento, o teu “dildo” de eleição, levado ao extremo, levado a arrancar as nádegas do soalho, aquando de uma prolongada e deliciosamente dolorosa ejaculação, tombo cansado e inanimado no chão…

… não sei o tempo que passou, sei que foi o frio no meu corpo nu que me acordou, e não estavas tu, e não estando tu, não estava ninguém…
Sabes? Não me entristeceu a tua partida … em surdina…súbita… sem aviso prévio…
… foste como chegaste, “presto”! Há coisas que são assim, fulminantes, mas não menos saborosas!
Olhei para a sombria escrivaninha, e tinhas deixado um presente, a parte de ti, para mim, mais importante, minimalista? Sim! Mas o essencial, os teus elegantes "stiletto", altos, belos, imponentes, em pele… e tal como tudo o que esta noite se passou, em negro... em preto!

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