sábado, 13 de junho de 2015

…aqui jaz o AMOR, e a sua meretriz D.ª Dolorosa paixão…



Só queria perceber o porquê? Diz-me apenas uma, uma só razão de te (des) comportares assim? Dessa forma tão fria e distante…?

Será que padeces de alguma doença? Ou és apenas isso, um pequeno ser altivo e arrogante?

…eufórica, histérica e petulante,  “abençoada” por anjos caídos em desgraça, de uma maldade eterna, infinita (e não me perdoes a redundância), o rosto de uma iniquidade sem fim?

Porque me brindas tu, de quando em vez, que penso eu serem momentos de rara lucidez, com palavras doces? E até, pasme-se, com um quase extasiado: - meu amor, meu anjo… meu tudo…! E o tiras, de forma aberrante, no instante seguinte?

Não sabes que “quem dá e tira ao inferno vai parar”?

Mas espera… fez-se luz… e eu pressinto, é mesmo para lá que queres ir, é lá, no caos, onde queres viver, onde queres morar e estar… o inferno… para ti, viperina peçonhenta, o teu “lar doce lar”!

Roubas-me toda a alegria de estar vivo, ou vivo estando, a alegria de viver, matas-me a esperança! Sabes ser, subtilmente e em simultâneo, vil, e um encoberto espelho de rancor…
… e quando te olho, “bestia dalle sette teste”, apenas vejo, cego pela tua magia, uma forma de mulher angélica, que me leva a pensar: - É ela! É esta! É a tal!

Assim, Ilusoriamente, por tempo determinado, sou coroado de uma pretensa e iludente afeição, quando na realidade sou apenas um indigente com alma e com fome de afecto, um faminto pedinte dessa coisa a quem gente mais ou menos sábia, chama de amor!
Mas é assim que tu sobrevives, uma pinga amor, uma besta cruel a causar aqui e além, em nome de um nobre sentimento, tanta e tanta dor!

… que me deixa perdido, sem luz, sem caminho, sem força nas pernas e sem reacção, numa espiral de desespero, a desejar morrer e a desejar que o amor morra tal como eu, ao cimo de toda a terra, de uma morte fulminante… directamente para os braços de Morfeu!

...mordo os lábios incessantemente, e penso que com a morte definitiva do amor, também terminava a praga da dor de amor que se chama de paixão… que ambas, bem mortas, pútridas e fétidas, se aqueçam bem juntas no mesmo velório e caixão, e na campa rasa, os dizeres: aqui jaz o AMOR, que faz de nós ora felizes, ora parvos, e a sua meretriz D.ª Dolorosa paixão…

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