terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

De uma angústia infinitamente incomensurável


A angústia de quem pretensamente tem asas, mas não sabe, não quis, ou tão simplesmente não aprendeu a voar

A infinita sede de quem tem água, mas não tem boca para a beber

A incomensurável dor de quem pretensamente tem coração, mas não sabe, não quis, ou tão simplesmente não aprendeu a amar

Assim é este meu tríptico sofrimento, que clamo num lamento, em sonoros uivos aulidos e com cheiro… um estranho olor a bedum, próprio de quem já há muito morreu e apodreceu ímpio, muito ímpio por dentro, seco, muito seco, por ter sido tão avido avarento sedento

Creiam-me, pois foi o meu erro maior, nem toda a arca é a da Aliança, nem todo o cálice é o Santo Graal… e na verdade, quem tudo quer tudo perde… e por fim nada lhes resta, apenas uma desonrosa morte moral

Acorrento-me assim, para a eternidade, na caverna das sombras, onde nada é o que parece, um grande caixão natural de pedra, onde outrora minha boa alma, já jaz… já muito morta fenece…

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