segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Um triste auto-de-fé…


Na mais triste das noites, no pior de todos os meus dias, havia sempre, penso eu, embora ténue, uma áurea…uma luz, contudo, que a lado nenhum me leva, a lado nenhum me conduz….

… a razão?

Porque amarrado estou ao preconceito, não tenho fé, não acredito, não creio e por essa vil razão, eu choro, eu escarneço, eu zombeteio, e espanto meu… espasmo-me, maltrato-me, e por fim, embora um fim sem final, quedo-me no chão, volto a chorar, volto a escarnecer, volto a zombetear, já não são espasmos, são vómitos e (re) maltrato-me… oh, merda para isto, estou quase morto, mas ainda amarrado ao preconceito, sinto que me doí a alma, sinto que se me afogueia o peito… e por tudo…a todos digo…sinto muito…

Ahhhh perro sarnento… estivesses tu (eu) no tempo dessa mais que puta e nada santa inquisição, que eles, serena e piamente, numa masmorra medieval qualquer, esmagavam-te os ossos, moíam-te a alma, e, por belzebu, sei lá que mais te fariam a ti (eu), apenas sei que te arrancavam uma (mentira) confissão… bom, mas ou isso, ou a fogueira, que nas cabeças dos inquisidores já se ateia… meu ateu…

- Senhores inquisidores…ateu não! Agnóstico? Hummm… talvezzzzzzz, ou seja, acho que não, nem tão pouco confuso, acho que apenas mesmo, uma jumenta estupidezzzzz….

… que belo auto-de-fé…

… e a porra da áurea? Sim, e a luz? Sei que porque não acredito, não creio, a lado nenhum me leva, a lado nenhum me conduz…

… que belo auto-de-fé…

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