sábado, 21 de dezembro de 2013

na Barca de Caronte, minh’alma e meu coração!


Este meu audível e profundo (como devem ser todos) suspiro,

não creias, porque o não é, um apelo a ti, uma dor ou queixume.

É antes de mais, e mesmo primeiro que tudo, o que eu transpiro…

… paixão vertiginosa, amor  dor no peito, porque é feito de chama forte, lume…

Este meu mais que cavado olhar, que para bem longe, sem pouso certo, atiro,

não creias, porque o não é, um olhar mendigo a ti, cruel, não és imagem que levemente se esfume.

É antes de mais, e mesmo primeiro que tudo, um olhar que procura no espaço vazio, um retiro…

… estás alto, meu único e grande amor, mas não tão alto, perto do céu ou no pico do cume…


Mas de que serve toda esta negação?

Se é para ti que escrevo…

…demónios… mil demónios, vinde, executai-me, cortai-me uma e outra mão…

… aproveitai e levai para o inferno, na Barca de Caronte, minh’alma e meu coração!

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