Aqui,
onde o vento não uiva, mas sim aterroriza com o seu grito gutural, profundo e
dilacerante, só o meu coração dorme, pacifico e tranquilo, como um
recém-nascido, plenamente embalado.
Aqui,
onde a chuva não cai miudinha, mas sim em catadupa, qual sangria do próprio
céu, só o meu coração se encontra bem seco, qual lençol estendido na eira em
tarde solarenga.
Aqui,
onde as pessoas que passam falam tanto como túmulos perdidos e enterrados sob
uma camada espessa de terra negra e podre, só o meu coração se rejubila de
alegria, pelo sono e pelo conforto que sente em estar dentro de mim, sabendo
que eu, seu fiel depositário, o amo, que comigo o trouxe, comigo o carrego e
que comigo o hei-de levar...
Aqui,
onde há vento e chuva, também brilha o sol, e há
arco-íris...
de nenhumas cores!
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