sábado, 31 de dezembro de 2011

O FORTE PROTEGE O MAIS FRACO… (ESCRITO NAÏF, FEITO EM 1992 PARA UMA CERIMÓNIA DE ESCUTEIROS)


(de um antigo escuteiro [eu], do Agrupamento da Sé Velha – Coimbra,  dedicado a todos os escuteiros de Portugal)

“O forte protege o mais fraco,
ser escuteiro é ser justo e leal.
O escuteiro tem espírito jovem, e é pacato,
ser escuteiro é ser fenomenal!”

Ouvia e na tenda já deitado,
pois tinha sido um dia em cheio,
e o corpo já estava cansado,
e com o cansaço, o sonos veio…

Mesmo assim, sai para fora da minha tenda,
oferecida no anterior Natal.
Curiosamente, no chão, estava uma prenda,
que dizia:
é para ti, bom Escuteiro de Portugal.

Até parecia que sonhava…
olhei em busca de algo de esclarecedor,
e vi uma tenda ricamente iluminada,
de onde saiam raios de luz, cheios de vida e amo.

Na mesma hora e instante,
vi uma bela estrela cadente,
pareceu-me avistar, ao longe, três homens de uma terra distante,
das arábia, ou do sol poente.

Corri atrás deles, cheio de curiosidade,
para ver o que estavam ali a fazer?
Descobri, era o Menino Jesus de Verdade,
que no meu acampamento, acabara de nascer!

Eu vi! Ofereceram-lhe incenso, mirra e ouro,
e eu a presenciar um momento histórico, uma cena que era um mito.
E ao som do mais belo e afinado coro,
também eu lhe ofereci um presente, o meu lenço de Lobito.

E ainda hoje, depois de tanto tempo passado,
lembro-me dessa noite de magia,
e que aquele menino da tenda, nas palhas deitado,
fez por nós, por amor, o mais que podia.

Baden Powell, o nosso grande fundador,
O meu “dizer” haveria de aprovar:
- Só se é bom escuteiro se houver amor, e se esse amor,
o escuteiro, o souber utilizar.

E todos os dias é novo Natal em mim,
a fazer-me lembrar o recado do escrito no meu presente:
- De ora avante terás um objectivo, um fim,
O de ver Jesus em mim, e em toda a gente.

NESTE PRECISO MOMENTO…


Neste momento "não a levo comigo", neste momento, tenho-a comigo, bem dentro de mim.

Já passeámos e conversamos nos meus sonhos….

Falámos de tudo e ainda de umas outras mil coisas….

Olhamo-nos e tiramos as medidas… e definimos a geometria dos nossos lábios...tentamos adivinhar-lhes o sabor, a textura...as emoções, caso esses dois mundos colidam.

O meu sonho é a nossa TERRA DISTANTE, onde o sol brilha, não para nós, mas por nós, para que nos possamos ler um ao outro...

Seremos nómadas, sem terra ou lugar fixo, mas procurando abrigo nas nossas necessidades, desejos e carências...

Seremos, alternadamente, professor e aluno, fazendo dessa inconstância, a constante da nossa equação...

Podemos partir?

Poderei eu, assim, alcançar o beiral da tua alma?

Porque se sim...definitivamente levo-te comigo... a descobrir novos mundos que existem dentro do Universo… que somos nós…


Beijo-te, e só nesse instante, o sol deixa de brilhar, para esconder, dos olhos do mundo, a nossa cumplicidade...

…o nosso GRANDE amor.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Vejo-te como ninguém te vê...


Vejo-te como ninguém te vê,

simples e simplesmente bela!



Quero-te, como poucos te querem,

muito, pouco, e às vezes nada!



Olho-te como ninguém te olha,

de alto a baixo, aos poucos, toda!



Penso em ti como ninguém pensa,

bem, mal, e às vezes nem penso!



Tenho-te com ninguém te tem,

isto, aquilo, um beijo, uns abraços,

uns olhares, mas nunca toda!



Amo-te como ninguém te ama,

à minha maneira, bem ou mal,

certo ou errado, porque sei que te vejo, quero,

olho, penso e te tenho, como ninguém.

SODOMA E GOMORRA MEDIEVAL


À volta da mesa, toda a nobreza da terra se banqueteava, as portas trancadas e bem guardadas, mantinham aparentemente incólume o local, assim seria até ao fim do banquete.

Todos se tinham esmerado nas suas mais nobres e exuberantes roupas, os Pater familia, arrastaram atras de si, para este único e por isso peculiar banquete, toda a família, séquito e até as meretrizes e por arrasto, todos os bastardos, todos os bastardos da terra, filhos, eles próprios, filhos de bastardos perante a lei de Deus.

Aqui e além, os archotes pareciam consumir avidamente o oxigénio existente, dando uma luz que não era apenas luz, era uma luz mágica, fruto da sua artificialidade, o seu ar era sagrado mas também malévolo, uma luz de quem quer asfixiar os “iluminados”, os bastardos convivas.

As grandes portas de madeira, há muito que tinham dado o seu ultimo rangido, as trancas pesadas, há muito que tinham sido definitivamente baixadas, aferrolhados. No interior estavam apenas os comensais. Tais portas só deveriam e foram abertas. meses depois, e com a sua abertura duas descobertas terríveis, uma de enojar, outra de morrer a rir, daquele rir que só ri quem esteve para ir e não foi, de quem esteve para morrer e não morreu.

Lá fora...bem… “o lá fora”, não interessava, enfim, não interessava por ai além, embora, não se compreendesse a razão de alguns dos convivas olharem tão fixamente para os corredores de saída!? Porém, os seus olhares, logo vagueavam em outras direcções, quando os seus olhos se cruzavam com o dos guardas, que fortemente armados e fortemente pretorianos, zelavam para que a nenhum corredor, porta ou mesmo fresta, se pudesse ter acesso.

Com as portas cerradas, a separar o mundo interior do mundo exterior, a festa ia avançando, grau após grau, passo após passo, enquanto as pesadas e recheadas bandejas, de prata, iam circulando, carregando um e outro “cordeiro imolado”, o rol de artistas, ia fazendo a sua apresentação, um trovador, depois outro, que anuncia a entrada dos jograis e depois outro grupo de jograis que por fim anunciam o antepenúltimo momento da noite…todos são convidados a regressarem aos seus lugares na mesa, até nisto, a festa era estranhas, uma mesa, uma grande mesa, onde os nobres, todos os nobres da terra, se sentavam e comiam e com eles as famílias, as putas, os trovadores, os jograis.

Embora as portas estivessem cerradas e bem cerradas, isso não impedia que o frio e o vento da noite entrassem, mesmo sem convite. Alinhados, todos os estandartes nobres tremiam perante a passagem do vento. Por todo o lado, uns estranhos símbolos em forma de bandeira, também se revolviam na dança do vento, uns panos amarelos, e neles, um sol a preto desenhado, com um olho no seu interior, e este, de cor negra também.

Alguém tratou de colocar lenhas nas enormes e majestosa lareiras, as travessas foram aparecendo com menos intensidade, até que não apareceram mais… das cozinhas, já sem aventais juntaram-se os que serviam e os que a cozinhavam, lentamente, o enorme mas ordeiro grupo, inicio um cântico estranho, em língua nenhuma, algo de assustador e gutural, espantosamente, afinados guturavam nobres e criados, unidos por uma estranha força, por um estranho magnetismo, por um fatal destino.

Uma outra enorme mesa, plena de cálices em prata, foi arrastada para o centro da sala, o seu brilho tornava-se mágico e belo, com o “criptar” lusco fusco das tochas e do fogo das lareiras.

Alguém, que por ventura seria o mais alguém de todos os presentes, grita: -“Cumpra-se o nosso destino...” ao que, todos os presentes, mais ou menos roucamente, mais ou menos plenos de convicção gritaram: -“ Cumpra-se o nosso destino...”, as suas veste foram caindo pelo chão, tranquilamente foram tomando posse do corpo de uns e outros, um longo bacanal, uma ultima bastardisse depois de uma vida de bastardos, uma ultima putisse depois de uma vida de putas, um ultimo poema ao pecado, uma ultima exortação a Sodoma e Gomorra, os guardas, agora também eles nus, despidos de todo o seu ar viril e pretoriano, tremiam perante as investidas das pecadoras e dos pecadores, as lanças não eram agora lanças, eram muletas tremulas que os mantinham ainda de pé.

Aos poucos, as câmaras, antecâmaras, e pequenos corredores foram-se transformando em locais de culto e sexo, os gritos, os gritinhos , os gemidos, os gemidinhos ecoavam por toda a parte e com isto, a noite já ia longa, perto de se fazer manhã.

Por fim, um a um, iam atingindo o ultimo prazer, ritualmente olhavam para o alto, e ainda nus, dirigiam-se ao centro da câmara principal, onde, tranquilamente, os esperavam os misteriosos cálices, sem olhar para nada nem ninguém, engoliam a beberagem, sem caras feias, fazendo crer que era um misto de ultima bravura, ou que a zurrapa não seria assim tão má; deslocavam-se o suficiente para longe da mesa, onde, como que tombados por uma força misteriosa, ali caiam em silêncio, assim foi, um a um, e por fim todos, não restou ninguém, nenhum “Ai Jesus” quebrou o silêncio.

Numa antecâmara mais estreita e escura, por entre berços, crianças grandes e pequenas, o silencio era também de morte, todas dormiam um sono único eterno e profundo, um único archote iluminava a cena calma e macabra, este, como os seus irmãos archotes, acaba por extinguir a sua chama, não conseguiram eles, archotes, consumir o ar aos presentes e estes agora ausentes roubaram-lhes o ar, encerrando assim, o ciclo que os tinha ali levado, fez-se noite no lúgubre castelo, enquanto que lá fora...bem, lá fora, o dia já tinha acordado, depois da sua irmã noite, ter presenciado um peculiar pesadelo, um muito estranho ritual.



03 de Janeiro de 1400, às portas do castelo, uma longa coluna encontra-se especada, abanam lanças e cruzes, o medo do desconhecido, levou-os a trazer o poder terreno das armas… e dos céus , a cruz…

Um punhado de homens é encarregue de forçar a porta, todos se benzem freneticamente, o sol radioso a tudo assiste, como se de nada soubesse, primeiro uma , depois duas e por fim três tentativas as portas foram cedendo mas sem abrir, alguém grito para que mais homens viessem, eles vieram e outros mais tarde se juntaram, a porta queria ceder, mas não abria, por fim, um clero presente gritou : - “ Com fé, batei-lhe com fé, não abre por que vós bateis com força, mas a medo, medo que ela abra, e do que nos esconda, mais fé e menos medo...” .

Assim o fizeram, depois de se benzerem de novo, um impulso, um segundo e por fim ao bater do terceiro, porta, tranca e ferrolho cedem, o sol escondesse, e o lindo e solarengo dia, torna-se, de súbito, num estranho quase que anoitecer. Apressada e assustadamente, chamam-se as “armas do céu e de Deus”, forma-se uma supersticiosa ala de cruzes, entra-se, tenta-se, quase em vão, que se acendam os archotes, que, sabe-se lá por que motivo, teimam em não acender, por fim, alguma luz, no chão os primeiros corpos nus vão surgindo, a fraca luz, transforma-lhes a figura, são mais assustadores que o habitual, são testemunhas silenciosas de algo que incompreensível se passou, actores mortos em cena.

Os archotes vão-se incendiando, um a um, tornado o palco mais claro, mais vivo para ver a morte, aliás, dando luz a mortandade. Existem sinais de uma festa paradoxal, que termina na morte de todos os convivas, todos os cantos se parecem com câmaras ardentes, a cada passo, é a descoberta de mais um corpo, de mais um nu, até a sua descoberta se tornar banal, já não os aflige tanto a mortandade, mais sim os porquês da mesma!?

Por sobre as suas cabeças, um longo pedaço de tecido esvoaça, como que enfadonhamente a respirar um pouco do novo ar, e nele uma longa inscrição, uma longa resposta,

Aqui se celebrou o ultimo banquete e a ultima orgia da humanidade,

O APOCALIPSE!

Não nos perdoeis, segui-nos...




UMA VIDA


Isto não é filosofia! É apenas uma ideia, que, quando se tem, por norma, gostamos de a partilhar, pensar que os outros vão gostar e acharem eles, e acharmos nós, que somos geniais, que os outros nunca teriam tido essa ideia, e que ideia tola... Basta olhar para o mundo e ver qual o nosso contributo. Ora pensem, o avião já existe? A lua já foi conquistada? Correto? E olhem que não fui eu que inventei o avião e muito menos conquistei a lua, e quando digo que não fui eu, é porque não fui, não sou mentiroso. Mas como disse o avião e a lua, poderia ter dito o computador e o fundo do mar, o carro e as montanhas, ou uma pequena agulha e a vida comunitária das abelhas. Seria caso para eu pensar que sou um fracasso, que a minha existência é nula, mas não, de facto, não é tão nula assim, uma vida que, de quando em vez, reinventa o amor.
JR2011

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Dominação


...gostava de me perder no teu colo, esta noite, todas as noite, sentir perto os teus lábios, mesmo que sem beijo...

...sentir o bater do teu peito, um bater cada vez mais forte e ofegante, mas de resistência ao desejo, apenas e só para aumentar ainda mais o meu e o teu desejo...

...gostava mesmo muito de me perder no teu colo, esta noite, todas as noites, e de sentir o teu quase que beijo, desses lábios que são um MAIS QUE TUDO, um pecado que nos redime...

...deixa-me ser teu, comanda-me, domina-me… não é fraqueza, mas já te sou submisso, e o meu grande desejo, era estar sob o teu comando, às tuas ordens, e apenas responder, a cada frase delirante tua...

…sim Mistress...

JR 2011

Nada é eterno



Sinto-me em cada palavra que escrevo, embora não seja poeta… no entanto, não significa que me reveja, de forma perpétua, sobre tudo o que escrevo e opino, como escutei alguém dizendo: - “Um ser Humano Inteligente, é aquele que, quando necessário, muda ou revê a sua opinião, os que não o fazem, são burros, pela teimosia…”

Dois!?




Eu e tu!

Enfim... os dois... e claro, o amor.

Sim, porque estas coisas de que falo, são e sabem

melhor a dois. Dois!? Não, não são dois, são três,

ou não serão!? Será o amor, não mais um, mas sim

fruto da união entre os dois!?

Bom, por este andar, o amor é um, que se intromete entre dois.

Intromete? Será mais... brota…nasce… sim é isso, o amor é um,

que nasce entre dois, dois esses que poderão muito bem ser,

se assim quiserem, puderem e souberem… ser três!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

PORQUE SOU HUMANO


Cada pessoa é um mundo... cada um, é um universo,
 
sem fim e sem explicação! Não somos obrigados a “ser

 
sempre assim” a “pensar sempre assim” e “a agir assim”,
 
porque amanhã, podemos querer “ser de outra maneira”,
 
“pensar de outra maneira” e “agir de outra maneira”, sem precisar
 
 de justificar o porquê… e ter de gritar:
 
- PORQUE SOU HUMANO -
 
e não uma máquina, e porque sou alguém sensível...
 
e não, um número na abstracta ordem universal!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

PALAVRAS...


(este poema é dedicado às 2.000 pessoas que em duas semanas me visitaram, obrigado, estou muito feliz.)
(é dedicado ainda, ao meu amigo António Miranda, e ele sabe a razão).

  
Palavras, eu queria palavras,


para te poder explicar


as minhas razões , sentimentos e taras,


o quanto eu sofro por te amar.

Palavras, eu também as queria,


para te poder dizer


que tu és ar és luz do dia,


mas também dor, ingratidão e prazer.


Palavras, delas é que eu preciso,


para te conseguir definir,


o que vejo em ti, na tua candura no teu sorriso,


e em tantas mas tantas outras coisas que vou descobrir.


Palavras, mas palavras para quê?


Quem precisa delas?


Quando um simples olhar que se dê,


abre muitas mais portas e janelas.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

AU REVOIR MA CHER

Para que tu, ou um outro alguém, um dia me possa entender, não me pode apenas amar, tem de me querer muito mais, e fazer-me acreditar que sim, que sou o único, caso contrário nunca me darei a conhecer, apenas serei aquilo que tu queres que eu seja, um farsante que te ama fingindo que te ama, sugando de ti,e da tua inocência, todo o tutano vital para a sobrevivência do meu ego.
 
Afinal o que pensas tu que és? Alguém muito importante que me faz esperar? O teu tempo, minha querida, apenas existe enquanto houver algo no teu corpo que eu deseje, a tua aparente pureza, a tua inocência, de resto és uma mulher como as outras, e o teu templo de Delfos,apenas é ou não um pouco mais peludo que os das outras mulheres, e os teus beijos não são tão diferentes como os que eu dou na minha própria mão.
 
Enfim, se um dia te disser que és diferente, que és especial, estando os meus olhos a brilhar, então crê, és realmente a tal,realmente a única, que me faz crer, ser e sentir...
 
“ HASTA LAVISTA BABE !!! “

PRANTO

Canto a loucura do meu pranto,
que é não te TER  MULHER! E este pranto, de que falo,
é como que um calo, que se pode em ferida aberta tornar, se, uma
outra qualquer paixão não encontrar…
Mas canto alto, e sem vergonha, este meu singular pranto,
que é, fundamentalmente, ode não te deixar de amar!

SENTIR SEM SENTIDO

Gostava de me sentar e sentir os sentimentos sentidos sem sentido que estou
a sentir,mas não sinto, o que sinto muito, e é este o meu pesar e o meu único
sentir...

PROCURO-TE (poema naïf)

Procuro-te nas constelações,
lá longe no firmamento,
à procura de emoções,
à procura de ti em cada momento.

Procuro-te pelas grandes avenidas,
procuro-te nas ruelas mais estreitas,
mas não te encontro, nem em parques de árvores despidas,
nem em jardins com bancos desfeitos.

Procuro-te onde menos te espero encontrar.
Talvez à beira rio sentada?
À espera de alguém para te abraçar?
...de alguém que te faça sentir amada!?

No fim, só me esqueci de ver
se estavas dentro do meu coração…
…bem me queria parecer,
era lá que estavas, pois então.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Fugir à mentira.

O que fazer? Atormentas-me a vida incessantemente, porquê?
Bem sabes que tenho tanto de fraco como de arrependido!
Tento dizer-te que não, mas acabo a errar, fazendo-te um sim, que é, para mim, um talvez amanhã mude... e não será amanhã tarde demais?
Estou triste, deprimido e com medo, medo do que sou no meu íntimo, farto-me de mim próprio e desse meu pouco equilibrado interior. Sinto-me destroçado infeliz por ser fraco, infeliz por ser parvo.
Quero um novo dia, renascer de novo, pois já me fui reinventado, ter valores. É verdade, penso que os tenho mas é pura mentira, tudo fachada.
Faço os outros acreditar que os tenho, mas é tudo novamente uma grande mentira, e eu, estou cansado de viver no meio de tanta mentira, da minha mentira... pior para mim, pior para a fuga, a mentira sou eu próprio e é sempre tão difícil fugirmos de nós próprios!

POR ONDE VOU? (poema naïf)

Posso não saber por onde vou!
Posso não distinguir as cores!
Mas penso que sei quem sou,
E quem são os meus amores!

Sei do que preciso, agora e aqui!
Sei o que quero, sei a minha vontade!
Sei que te quero, que preciso de ti,
para muito tempo, para toda uma eternidade!

O TEU PERFIL

Olhos grandes, lábios carnudos,
pernas delgadas, corpo esguio,
objecto de sonho, tema de estudo,
sensual leveza, mulher com brio!
 
Cheia de pose, alta e singela,
com sorriso de mulher dominante,
é assim que te vejo da minha janela:
alta, linda, bela e triunfante...

O MUNDO

O MUNDO da minha fantasia,
lugar comum onde escrevo os meus  “poemas”.
Folha de papel transformada em alegrias,
alegrias que são coisas boas…coisas más, dilemas…
O MUNDO da minha imaginação,
onde me entrego a ti sem maldade,
onde fazemos amor ou simplesmente damos a mão,
mas o que fazemos, fazemos com sentido, e verdade.
O MUNDO, o meu e teu mundo,o nosso mundo,
onde eu existo para ti e tu para mim, existimos para nós.
Um mundo que exploramos bem fundo,
onde os dois, em solidão,não nos sentimos sós.

domingo, 18 de dezembro de 2011

PECADOS...

Há quem diga que o pecado mora ao lado, mora ao lado do quê? Onde? Por alma de quem?
Pecado! Que bicho papão? Prende-nos os sentidos, ata-nos as mãos, tolhe-nos a imaginação. Pecado, grita alto a minha alma e todo o meu ser estremece… receio de quê?Medo de Quem? Já não existe a Santa Inquisição!?
Será também pecado assumir que se é pecador? Não será o cinismo um pecado maior?
Vou ter de esconder para sempre toda a minha natureza, fingir que sou o que não sou e brincar ao que gostaria de ser? São inúmeras as minhas fantasias, os meus desejos secretos, que só muito esporadicamente revelo ao mundo… e sempre temeroso de avaliações…
… para uns serei um louco, para outros, um sonhador, há ainda quem veja em mim um igual... e para esses, que pensam da mesma forma que eu, um amordaçado, mais um a vaguear à procura de um purgatório ,onde possa penar tranquilamente pelos meus pecados, que sinto mas calo... aqui registo a minha gratidão, neste limbo, sem nexo, sem razão...

ESTE NÃO É O MEU 1.º MINISTRO

(como nem só de poesia vive o Homem, está é uma análise política que tinha de fazer)

Independentemente do que disserem, que determinadas declarações, são dentro de um propósito, ou de um contexto, a verdade, é que o “nojo” e “nojo”, significa luto, apoderou-se de mim.

Na verdade, um 1.º Ministro que aconselha, de forma muito tranquila, os professores no desemprego a emigrarem, de forma tão ligeira e vil, na conjuntura actual, não tem o mínimo sentido de governação ética, nem moral, pensa que é o salvador (da pátria) o Messias, com a mensagem da boa nova, mas afinal, é um trapalhão, insensível.

Não discuto que essa é uma das saídas para os portugueses, mas para muitos portugueses, não só os professores…sabemos que há coisas que podem e devem ser ditas, mas há formas e meios de endereçar mensagens deste peso, de forma diferente, e em época diferente.

Em vésperas de um natal muito pobre, de um natal depressivo em todos os sentidos, materiais e humanos, este homem, que é 1.º Ministro de Portugal, mas não é o meu 1.º Ministro, e depois da verborreia ditada, ainda menos o sinto como representante daquilo que sou e sinto em ser português.

Aceito e aceitei tudo, toda a austeridade, mas a falta de sensibilidade, não tem desculpa.

Este senhor, não tem um mínimo de sensibilidade, e não só afetou a classe dos professores, que imagino o quanto não se estarão a sentir mal, mas aquilo foi um conselho para todos os portugueses, e eu fico a pensar: - este homem não é o 1.º Ministro de Portugal, este homem, é Noé, e Portugal a Arca, aparentemente, e profeticamente, quererá esvaziar o país, e ficar só rodeado de animais, salvando os das suas espécie (leia-se correligionários).

Não me venham com desculpas, nem me venham falar do Sócrates, para eu não ter de falar do Cavaco, leia-se sim o PRESENTE, e por muito que seja um conselho, foi dado no meio errado, da forma errada e no “timing” menos acertado, só posso dizer que por esse Sr. , por via das suas declarações, tem o meu NOJO.

Virão outros profetas dizer: - ah, mas se ele tirar Portugal da Crise, já será herói...

Pois antes que alguém tenha a veleidade de vir com essa justificação para cima de mim, a minha resposta fica já dada. Se nos tirar da crise, não esta a fazer nada mais nada menos que a fazer o mesmo que um sapateiro, a remendar calçado, e ninguém faz uma festa de cada vez que ele arranja um pare….até porque ele cobra por isso. Assim, se de fato no seu tempo de governo nos tirar da crise, não tenho de lhe bater palmas, nem idolatrar, faz o seu trabalho, pois na verdade, nós não só lhe pagamos para isso (nós o estado=povo), como somos nós que à míngua cada vez mais, pagamos de forma direta e indirecta através de cortes, impostos e outros meios, a saída da crise.

Já não escuto PASSOS, apenas os CASCOS das PATAS DE UM DOS CAVALEIROS DO APÓCALIPSE.

Saber quando, como e onde, é tão fácil...

Um feliz natal, a todos, mas em particular aos professores no desemprego, e que terão sentido um amargo de boca no dia de hoje.

PS: Salve-se que até lhe indicou que o poderiam fazer para os PALOP’s, seria conselho de amigo? Uma dica depois de uma aturada investigação aos locais onde se podem fixar os professores no desemprego, ou porque quis passar um atestado de estupidez à referida e mui nobre classe e profissão?

sábado, 17 de dezembro de 2011

FALA-ME DE AMOR

Tu, que falas de amor, sabes por ventura o que é amar?
Que é ter por querer e crer uma grande dor?
E não a querer deixar passar?

Saber o que é sonhar acordado, passar as noites sem dormir?
Pensar nela sem pecado, e a sua voz parecer ouvir?
Que de abraços se tem fome,
e de beijos sede se tem...
Que ela é fruto que não se come,
é água que da chuva não vem...
Que é árvore difícil de subir,
monte difícil de descer...
É querer e não pedir
é saber e não fazer...

Tu! Sim tu! Que tão bem falas de amor,
fala-me também de paixão,
diz-me, jura-me, que não é só dor,
que não é só desilusão...

UM DIA...

Um dia, gostava de fechar os olhos e ouvir-te dizer
que me queres, que me desejas...
...um dia, gostava que descobrisses o quanto eu te amo,
o quanto eu te quero...

...um dia, queria poder fechar os meus olhos e ver-te,
imaginar-te, e depois, desenhar os teus traços num papel… e recordar-te...

Um dia, eu só queria que fosse simplesmente como eu quero...

AMOR E NADA (poema naïf)

Não me peças que te beije.
Não me peças que te abrace.
Pede-me antes que te deixe,
antes que a vergonha nos embarace.

O amor nunca foi vergonha.
O amor não é só coisa boa.
O amor não vive de peçonha.
O amor não é só vida doida.

O amor também é construção.
O amor é prédio erguido com alicerce.
O amor é poema, rima é canção.
O amor é mel que dos lábios verte.


Mas o amor também é nada,
É algo sem qualquer definição.
Amor é equação complicada,
Que não cabe neste poema, rima ou canção.

FALAR DE MIM...

Falar de mim!
Que dizer?
Levantar o véu de um sem número de problemas?
Ou apenas de uma só questão?
Falar de mim...do meu intimo,
arriscar a que todos saibam que não sou perfeito,
e nem só defeitos ? Que sou também humano!?
Falar de mim...?
E porque não de ti?
Que serás igual ou muito pior do que eu,
mas que em vez de escreveres o que sentes ,
lês o que os outros sentem, e escrevem ...enfim... as suas desgraças.
E no final, ris-te, mórbida e abafadamente, pensando: -
“quão ridículos são os outros…”, e tu não ... e de facto tens razão,
tu és a plenitude do nada , a negação da própria existência ...
Enfim... Para meu consolo, que nada sou, tu és um pouco
ainda menos do que eu ...
                                                                                                                          
                                                                                                       A.Deus

DESEJO CONFESSO

Vou passar as minhas lânguidas mãos pelo teu corpo, como sinal de um desejo confesso, paixão súbita e pura, fruto dos desígnios do teu corpo.

Ontem o teu corpo já falava assim!? Não me recordo... Seria eu um analfabeto!? Ontem!?

Hoje, falas tão alto que calas todos os meus sonhos, todos os meus outros desejos; a crescer tu não estas, apenas porque já cresceste o suficiente, estás sim a amadurecer, como o bom vinho, que um dia, mais tarde, muito mais tarde, se serve morno, num copo límpido e cristalino… como já sonho o teu corpo...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

POR TI!


Por ti, ao olhar-te assim,
de repente não sei o que vejo,
sei que te quero para mim,
de ti, por ti eu quero um beijo.
Assim, e não sei porquê,
e porque a isto dou valor?
Sera que eu vejo aquilo que toda a gente vê?
Ou será droga que nos extasia de cego amor?

Por ti, ao ver-te nua dessa maneira,
toda tão cheia de sensualidade,
vai este lume forte de candeia,
o amor de uma eternidade.

Mas não quero porém, arrear esta bandeira,
sem antes bem alto poder dizer:
Que fiz tudo o que um homem que ama… podia fazer!

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Colo Profano

Ao que chega a miséria humana,
o uso que se dá a uma criança.
A mesma mão a segura e profana,
cruel é nascer assim , sem esperança.

Onde esta o teu orgulho de raça cigana?
Não será isso apenas uma remota lembrança?
Apenas humilhação, é o que o teu rosto emana,
que apetece quebrar como quem quebra faiança.

Será eterno esse teu triste fado?
De joelhos? Com o teu filho no seio?
Pobre criança, com o destino já traçado.
Um objecto de obter a alheia piedade.
Que presente? Que futuro? É triste e feio.
Quem dera que o não fosse de verdade ...

apenas uma teoria...

Na vida tudo tem um princípio e um fim, é natural, é biológico, desde a maior desgraça, à maior alegria de todas, que é o amor incondicional, tudo pode acabar.
Nada é eterno, tudo é efémero...a vida é apenas um esgar de tempo, com picos de grandes alegrias e grandes tristezas e dores, o meio-termo não é nada, o meio-termo é não viver.
Ou se é muito feliz, e se ama muito mais que muito, e ai tem valor, e quando se sofre e se perde, ou dói e magoa mesmo, ou então não foi amor... foi apenas uma outra coisa qualquer, para a qual, de momento, não tenho nenhuma metáfora.

CARPE DIEM

Vens de Negro

Vens de negro, moves o teu corpo quais elegantes notas numa pauta, fazendo melodia… as minhas mãos, insolentemente tremem, as tuas, deselegantemente riem…
Esquartejas o ar com as tuas longas e decididas pernas, …que estranho bailado este, perante os meus pobres olhos, bailado que me confunde o espírito, mas que é um deleite para a alma!
 
Ainda dançamos ???
 
Confundes-me, quero partir mas não consigo, não me consigo mover, estou preso, estou conscientemente preso a ti, ao teu feitiço, ao feitiço da tua dança, ao feitiço das tuas pernas na dança. Parece-me bem que enlouqueço, não sei se por falta de forças, se apenas pela ausência de razão...
Vens de negro, por fora, não por dentro, aí, nesse recanto interior que é a tua consciência, és toda cor, toda uma só cor, uma cor forte de carregada paixão.
Ainda as tuas pernas, outra vez as tuas pernas, de novo e sempre as tuas belas e longas pernas, peço-te, suplico-te, abraça-me forte, deixa-me sentir, num longo e sôfrego inspirar, o cheiro a calçado novo de pele, que deles emana…

PEQUENA BARCA...

Pequena barca que navega,


no mar do meu coração,

és amor que o vento leva

de dor em desilusão.

Pequena barca que passas

e que não sabe parar,

neste porto de gente devassa,

 doida por te amar.

Pequena barca, bela, bonita,

que passas sempre cheia da tua graça,

ouve este coração que por ti grita,

porque por ti, tem paixão  que não passa.

Pequena barca que admiro,

de todo o meu coração.

Venha o vento, a maré, que eu não viro

sobre esta minha opinião.
 

No mar onde tu navegas,

também eu lá queria navegar,

para  depois do arrear das velas,

a ti me poder abraçar.

O que não pretendo fazer...


Não pretendo ser escravo desta ferramenta!

Não pretendo publicar o que quer que seja de forma massiva!

 Não quero agradar nem desagradar a quem quer que seja, que: por vontade, casualmente, ou de forma acidental, me visitou.

Pretendo agradar a mim próprio, e publicar quando sentir que assim tem de ser, quanto mais não seja, publicar para o meu EGO, o meu EU, e pensar que sou um “ALQUIMISTA” com as palavras, um predestinado a captar com a minha humilde MÁQUINA DE “TIRAR RETRATOS”, o dia e a noite, o belo e o feio…

COGITO ERGO SUM

JE PENSE DONC JE SUIS

I THINK, THEREFORE I AM

PENSO, logo existo...mesmo que alguém lhe chame: “O erro de Descartes, René”.

 Embora eu prefira dizer:

DUBITO ERGO COGITO ERGO SUM

Ou seja: Eu duvido, logo penso, logo existo.


Obrigado René Descartes

A MÁQUINA DO TEMPO…O TEMPO DO AMOR.

Saudades de ti…

Saudades de mim…

Saudades de nós, de um amor puro e vivido no plural, que ficou para traz…

…tento inventar, embora que em vão, uma máquina do tempo que me leve e que te leve, até aquele doce passado…a NÓS…

…resta-me cair, sem eira nem beira, como um indigente sentimental, um sem abrigo do amor, na cama vazia, fechar os olhos, e sentir que os mesmos humedecem ao pensar-te, ao sonhar-te…tento encontrar resquícios do teu cheiro, o cheiro de uma mulher, de uma companheira, de uma amante…mas faz muito tempo que ele se evaporou…

…é então, que vencido pelo cansaço, com as peças de um coração despedaçado e um desejo enorme de nós encontrar lá atrás, nesse passado feliz, que nos meus sonhos de dor, se monta uma máquina do tempo…é em forma de espírito que te consigo ver, que me consigo olhar, que nos vejo numa cúmplice troca de palavras, juras de amor eterno, beijos quentes e de verdadeiro prazer, dois corpos unidos numa ode épica ao amor, ao mais puro, cristalino e nobre AMOR.

…acordo quente, como que febril, a cama desfeita, agitado, mas ao mesmo tempo, com o coração tranquilo…por momentos, sinto o teu cheiro, o cheiro de uma mulher, de uma companheira de uma amante…mas apenas o sinto por breves instantes, demasiados breves instantes…

…um dia, quem sabe, irei fechar este capítulo e arrumar este livro…ou não…porque o sonho, também nos alimenta para a vida…!

Sem Razão, Com Saudade e Dor


Estou sem razão, com saudade e dor…

…sem razão, porque fui eu quem te perdeu, porque tu, nobre de sentimentos e valores, nunca me deixaste, mesmo quando eu, mea culpa, e assim me confesso, à tua sorte e dor te abandonei, egoísta que fui, fútil nas acções e cruel, demasiado cruel nas minhas omissões…

…com saudade, porque tudo na vida tem o seu reverso, tem o seu Boomerang. Acreditamos que as coisas se vão para sempre…ups… e quando menos esperamos, ou talvez não, regressam, contudo, regressam com uma força inimaginável; com o peso de todo o universo. Algo que nos cai literalmente em cima, sem aviso, sem dó ou sem qualquer resquício de piedade…mas que querias tu? Que a saudade te fosse suave? Branda? Leve? Quando tu próprio foste de uma crueldade cirúrgica, de uma malvadez superlativa de superioridade e megalómana e de um egoísmo a toda a prova…sim, tu, que sem qualquer pré-aviso, por respeito ou amor, sem qualquer dó nem piedade, viraste as costas à mais bela e inestimável de todas as riquezas… o amor... o amor simples mas puro, o amor leal e fidelíssimo, o amor sempre presente, mesmo quando te encontravas fisicamente distante…que raio de homem és tu?

Terás sempre, e para todo o sempre, pendente, a Espada de Dâmocles sobre a tua cabeça…e a saudade, será, de agora em diante, uma erva daninha plantada no teu coração, sempre em crescendo, e quanto mais a pisares, recalcares e tentares aniquilar, ela surgirá de novo, e de novo… sempre mais forte, mais dura, mais incisiva, e com anticorpos contra todas as técnicas que puderas pensar em usar, não te resta, se não, o caminho da tristeza, da angústia, da dor.

…dor, dor de alma, de coração, dor pelo vazio.

...dor, o teu tributo, o teu retroactivo pela dor que outrora causaste a um coração cujo único crime era, simplesmente, AMAR-TE. A um coração ainda puro e inocente, crente no amor para toda uma vida, um coração que amadurecia e crescia de forma tranquila, organizada, protegido. Um coração com mais itens de amor, respeito e paixão, do que sementes de rancor, ódio ou inveja, um coração quente e feliz…hoje, pagas, e com razão, com saudade e dor.

A tua dor, fruto da tua irresponsabilidade, são os juros merecidos de por teres lançado, pensavas tu que impunemente, à sua sorte, o coração de uma mulher, que apenas se limitava a viver para ti e a amar-te, e que hoje, é um coração  mais amargo, mais duro e frio, que fizeste tu a esse lugar onde se guardam os sentimentos? Quer os bons, quer os maus…???

Ilusão

 A ilusão é um circo onde brinco, onde incendeio o meu prazer o meu desejo.

Brinco com os meus sonhos, alegro-me e passeio no mundo da fantasia e sou feliz.

Tu és ilusão, não és um circo, contigo não brinco, mas incendeio, és o meu prazer, o meu desejo.

 Brincas nos meus sonhos e gostaria de me alegrar e passear no mundo da fantasia, da tua fantasia e ser feliz.

Mas sei que tu és uma ilusão, bonita mas triste, simplesmente por isso, porque és uma ilusão.


GRITO PARA A LIBERDADE

                   
Há uma ave que grita,
que aspira por liberdade.
Há uma dor que fica,
deixada pela saudade.

São gritos de raiva sã,
gritos de quem quer mudar,
a dor, é uma coisa vã,
que amolenta, mas não pode matar

Gritar e as asas bater,
soltar o canto, o chilrear,
gritar para não sofrer,
sofrer por não amar.

Enfim pelo espaço esvoaço,
sinto o ar fresco e leve,
sei que amar é um passo,
numa vida que é sempre curta, sempre breve.

E daqui, bem nas alturas,
posso ver a vossa pequenez,
que apesar das humanas loucuras,
quereria experimentar uma vez.

Ser bem pequeno e discreto,
olhar os teus olhos bem fundo,
e ao olhar estaria certo,
de neles poder ver o mundo

Em vez de lindas penas nas asas,
e um bico na ponta,
os meus braços seriam fortes amarras,
e os meus lábios dar-te-iam beijos sem conta.

Mas não, não pode ser,
sou uma ave, vou com o meu bando,
é com eles que tenho de viver,
com eles e com o seu (en)canto.

Assim pensava eu...



  

Pensava que amor, era amar-te,

que viver, era dar-te a vida,

que tomar-te de assalto, era conquistar-te,

que  não te encontrar, era para sempre ter-te perdido.


 

Hoje, porém, encontrei um novo amor,

alcancei uma nova perspectiva da vida,

onde não sou um conquistador,

onde tu não andas perdida.



 

Hoje sinto que amar é um plural,

é uma conta, uma multiplicação,

onde um é manifestamente pouco,

onde dois, a mim, me soa a perfeição.