terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Fruto proibido.


Sem inspiração no dia de S. Valentim



Fruto proibido.

Que nome queres que eu hoje, em dia de S. Valentim te dê?

Sim! Como é que hoje, este escravo teu te haverá de chamar?

Sabes! Aquilo que fazemos, em poucos livros ortodoxos, sobre o amor, se lê,

Já brincámos a tanto, e mesmo assim, conseguimos sempre variar…



Ah, aos passivos!? Certo! Então, onde queres que te toque Mulher?

Onde sentes tu, efectivamente, aquele agridoce Maior Prazer?

Comanda-me, já marioneta sou! Não aceito que me digas: - num sítio qualquer?

Vá, diz-me, ajuda-me, sou pobre e submisso! Onde e como hei-de eu fazer?



Provocante! Sinto já, e tu bem sabes, um calor em mim, uff, abrasante…

quente, muito quente, tão quente que minha tez, começa, escaldante, a rosar!

Ai minha fêmea mulher! Se é isto que é ser teu macho homem e amante,

então PORRA pá! Isto é TUDO, e assim, hei-de querer sempre te amar!



Gatinhas em minha direcção, acelero, tocas-me, erecção! Sobes mais acima!

Cravas as tuas unhas de gel em mim! Cheira a cabedal…és deliciosamente louca!

É este, hoje, o nosso amor? Um poema de sexo com muitos fluídos e rima?
Caramba! Somos poetas, nada é fútil, nada em nós fica, ou é coisa fraca e oca….

Intenso, intenso… sobe e desce elevador… e já sinto o prazer a chegar,

belo e gritante, gutural, intenso e cheiroso… escandalosamente desinibido!

As caldeiras arrefecem, menos ofegantes e penso: -é assim que quero viver!

Legalmente minha companheira e mulher, ainda assim, agora e sempre, fruto proibido!



João Ramos

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