segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Tarda o amor

O nosso tão nosso amor, esse que nunca e em momento algum, nos nossos corações, fora, nestes longos anos olvidado. Guardado? Sim? Mas nunca olvidado.

Nada nem ninguém, jamais e em tempo algum, o conseguiu destruir, ou levar ao esquecimento, pois no nosso interior, esse lugar quente e íntimo, ele teimava em viver, em surdina, sim, mas forte teimou em ficar.

Estou em crer que é especialmente especial, este amor, pois já foi muito adiado, e por isso vos digo, que de tão esperado, tem de ser “calientemente” acalentado, de ser um amor ainda mais amado.

Um único desiderato, que não um capricho ou vazio devaneio… quedar-me num mui longo e terno enlace, num forte e sequioso “beijoabraço”.

 

Sabes, o que não foi, já era, e o que passou, passou, hoje, aqui e agora, tudo isso é apenas um longínquo, embora e sem dúvida, um penoso, pela tua ausência, passado.

Uma pausa! Olho-te, e com a voz mais do que embargada, solenemente e de joelhos neste sagrado altar que é agora o chão que pisamos, te rogo:  - Meu primeiro e único, de toda uma vida, amor, vamos, a este sentimento adiado, mais do que nunca, dar-lhe o devido ar e sustento, a dois, eu e tu, dele cuidar.

Que doravante, cada toque seja real, determinado e firme, que cada osculado beijo, o seja de facto sagrado, intensamente intenso, e como dois aprendizes, pelos nossos lábios, corretamente, letra por letra, seja o B.E.I.J.O. soletrado.

Se é para viver, que se viva, e que nessa adiada vida, antes de mais e primeiro que tudo, seja cada milésimo de segundo, para este amor adiado, amar.

 

O teu corpo é todo o meu mundo, o meu lar, e o teu coração… o nosso exíguo, mas aconchegado quarto, onde descansamos, onde adormecemos num abraço terno e apaixonado.

Aconchegamo-nos a nós, somos iguais na carência do amor, deste amor. Temos o corpo nu, e a alma desnudada, apertamos as mãos, num enamorado e sôfrego entrelaçar.

E se o mundo profano me perguntar o que quero, respondo de forma sincera e simples: - Reconstruir o AMOR, o nosso AMOR, que era já quase e só um pálido sonho, sem ar, sem vida, e fazê-lo ao teu lado.

 E a vida, especialmente quando se vislumbra a felicidade própria de quem ama, tem de ser vivida de forma urgente e expedita, pois a desdita, da vida,  é rápida a passar, quando tens amor para receber e amor, muito amor, daquele amor bom, para dar.

 

Por isso, meu primeiro e único amor, vamos fazer o que já tarda, fazermo-nos ao caminho, olhar para o céu, encher o peito de coragem, apertar forte as mãos e AMAR, AMAR e AMAR.

 

 

 

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