Sento-me, humildemente, no magistral trono pessoal, o meu sofá… relaxo e coloco, com um toque digital, no Spotify, aquele BLUES… e embalo nos acordes, arrancados com amor, à muito chorada e sofrida, da má vida, guitarra. E cada acorde, por acorde, lambido e lânguido, enche-me, em pleno, a alma.
Não penso, melhor, tento não pensar…. fecho os olhos e relaxo, não sei se
alcanço, desta forma, um estado superior, uma coisa mais Zen, quiçá, o Yin
e o Yang, mas a ser que seja de boa onda, de bom Karma, mas, mais uma vez,
com o som do melódico BLUES, em fundo, com aquela doce e apaladada ressonância,
respiro e penso para mim: -
Todos os acordes, maiores e menores, voam, invisíveis, pela sala… à volta
de mim… dentro de mim… já não se trata da música em si, ou do meu BLUES,
trata-se de NÓS, em união perfeita. A música sou eu, e eu sou a música, uma
união mais do que sublime…, no entretanto, os músculos, todos os músculos,
relaxam e dizem: - Calma Guerreiro
do Choque! Calma!
Aos poucos sinto o corpo a “relaxoflutuar”, estou de olhos cerrados, mas não a dormir, estou
sentado, mas na minha cabeça, entre sons e memórias e outras sensações vividas,
há uma estranha e mirabolante dança.
Mais um dia! Um dia mais! Vivido da mesma maneira, mas em verdade, sempre
de maneira tão mas tão diferente.
No circo pitoresco da vida, esta é, na verdade, como a bolsa de valores, um
mercado da vida, onde coisas há que ganham valor e importância, e outras que a perdem quase por inteiramente, porque o
que de facto importa, ao final do dia, são os que realmente nos querem bem, nos
amam, e com eles, a família, que são os que estão definitivamente lá (contigo)
quando o corpo, (e a alma que o acompanha), fica doente.
Mas como diz um ditado, e em alguns deles há quer ter crença e fé: - Quem
espera, sempre alcança.
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