quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Em que mundo vivemos!

Em que mundo vivemos?

Porque não podemos viver apenas fechados nas nossas lojas, alienados de todo um mundo digital, onde as guerras sendo mundiais, já não têm esse nome, e onde sendo frias, ninguém as toma como tal.
Houve, há e haverá sempre lugar para um Pedreiro Livre, porque a pedra está, por mais que a trabalhemos, numa mutação biológica que aparenta ter vontade própria, a tornar-se torpe e imperfeita, onde antes não havia qualquer, aparente pelo menos, aresta pontiaguda.

O maçon, tal como a pedra que trabalha, e que teima em se tornar disforme, tem de ser alguém permanentemente insatisfeito, resistente e resiliente, ao ponto de, se tiver de tapar um buraco, pequeno mais incómodo,  7x70 vezes, deve fazê-lo como se fosse sempre a primeira vez.

O maçon, deve ainda, nestes tempos, como em outros que passaram, ser conservador no que há que ser conservador, mas um visionário, um empreendedor, pró-activo quando olha a pedra (o mundo) e vê não tanto as novas imperfeições e fissuras, mas o que as causa.
O mundo internauta é um mundo ainda mal explorado por muitos maçons, demasiado fechados nas suas lojas, demasiado agarrados as suas alfaias, preocupados muito com a forma e o formal, com o cerimonial, é importante, mas não nos podemos quedar por ai, nem pelos intimistas "Ágapes", onde quase nos proibimos de fazer, num tom menos formal, as discussões sobre o mundo e do mundo.

As guerras estão ai, e não falo das que usam armas de fogo letais, são mundiais, são frias, feitas num recanto qualquer do mundo, por gente de todas as idades, classes, profissões, religiões.

O que tem feito a Maçonaria para acompanhar e conhecer este mundo subversivo?
Não será legítimo que cada loja, "per si", ou orientação, crie grupos que se dediquem a estas matérias?

Deixo um convite: assistam na vossa cadeira, em tempo real, aos ciberataques que são feitos a cada nano segundo no mundo, onde duas potências se digladiam em particular, USA V China!

Este observador, perscruta em busca desses ataques e guerras, onde Portugal se faz representar.

A Maçonaria tem futuro se acompanhar o futuro, sem esquecer, naturalmente, em ser conservador qb no que concerne às suas tradições, ao que faz dela, uma organização universal e secular!

TAF

Aqui fica o Link. Surpreenda-se!


sexta-feira, 12 de setembro de 2014

EM PALCO, A NUDEZ DA ALMA HUMANA!



Encontro-me, solitariamente bem desacompanhado, no mais barroco zingamocho do último acto de uma teatral morte, que para uns é algo de belo, a “tesão” sentida e vivida de ver alguém soltar o seu postremo suspiro.

Para outros dos presentes, porém, é assistir ao medonho, ao grotesco, ao inaceitável, a um espectáculo… um espectáculo proibido, mas onde, na clandestinidade burlesca da arte, onde o já mais do que morto actor, mas por ora vivo, deu o seu consentimento!
Batem fortes as pancadas de Molière, “fooortessss” e prolongadas no seu “ecoooo”, mas mais forte bate o meu/seu coração, não sei se de medo? Ou se de excitação?

Em palco, A Nudez Da Alma Humana!
É teatro, mas é também, em directo e ao vivo, a morte de uma vida viva!
A Nudez Da Alma Humana, em palco, é a única personagem, que pela história e a falsa moral é aceite, e pelos presentes, permitida!

Aproxima-se o Helénico Clímax, divergente nas suas sensações!
A morte em palco, da Nudez Da Alma Humana, causa, entre o bem-querido público, calor nuns e noutros frios, estômagos encapelados e intestinos flatulentos, e das suas bocas, cheiros velhos e bafios, tal como a sala, com os seus mil e um objectos não ligados, um mar de contradições!

No palco do escondido e velho teatro, repito, apenas a Nudez Da Alma Humana!
Uma alma antes baptizada, mas no presente sem nome! Indigente, no limbo, no nada, volateia, flutua…
Uma alma indefinida, que tanto pode ser a alma de ninguém, daquele outro ali, a minha, ou a TUA!
“Aegrotus animus! Absens corpore!” (Mente doente! Corpo Ausente!),exposto despido para o acto final!
A figura distante, em palco, da Nudez Da Alma Humana, lega uma visão, aos olhos dos pagantes “voyeurs”, uma visão débil, muito débil e desapartada deles próprios: (le présentateur) - e turva, senhores e senhoras…., oculta por uma mágica névoa de Paúl, apenas e em especial para si, para cada um de vós, desse lado, bem longe da tragédia que se dará aqui!

Pré-epílogo….
le présentateur: por uma simples razão, todos querem ver, em palco, a morte da Nudez Da Alma Humana, mas não se querem aperceber, de todo, se a Alma Humana que em palco morre, e a de cada um dos presentes! A minha! Ou a tua!

No palco, a Nudez Da Alma Humana…

… passaram-se segundos do fim das pancadas de Molière, a luz baixou até ao ilusório, a par de uma mágica névoa de Paul, o silêncio tomou conta da sala… o ranger da corda, um corpo a balançar, não fala, não grita, não pede ajuda, um artista da morte tem de fazer o que tem de fazer, mas de boca amordaçada claro está, para o caso de ter a veleidade de se arrepender…

…pára por fim o balouçar, ensurdece-nos um silêncio alegremente sepulcral, os olhos esbugalhados espreitam por entre a névoa, à procura da confirmação, corta-se a corda que suspende a Nudez Da Alma Humana … cai um corpo, em estrondo seco, no chão, bem como o pano do velho palco… alguém grita: “il est mort! Décédé! Pleurer, rire ou chanter!” (É morta! Morreu! Chorai, ri ou cantai!)

… o público ergue-se, ouve-se aqui e além: - que bela morte! Para outros, uma aberração, mas a verdade é que a sala em pé grita, canta e ouve-se, por fim, uma grande ovação!

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

(S) EM NADA!


Sinto-me vazio… despido… assim é, tanto por dentro, na alma, como por fora, na pele, animal ferido, acabado, perdido.

Sinto-me em morte, homem fraco, não forte… cão raivoso, contudo, animal findo, bússola sem norte, com um destino de merda, tão mal, que nem ela me quer… a Morte…

O “EU” sem rumo, sem fado (coisa que todo o VENTRE AO LÉU) tem!

O “EU” sem sorte… mesmo vivo, em vazio sentido, é uma vida não vivida, logo, mentira; sou tão mediocridade, mas tão, que de mim, até se repugna a figura que carrega a foice… a morte!

Sinto-me fraco, enfadado, uma sílaba não contada, uma estrela (de) cadente por ninguém vista, palavra saltada ignorada, e se não te lêem, não tens nome, se não tens nome não existes… mesmo que, prioristicamente, até sejas uma realidade, mas que por ninguém és pronunciada… que porra! Como é possível ser-se o nada do nada? Não pode! Creio eu! Pois ser o nada do nada… já é ser-se qualquer coisa…

Quanto mais penso, ou penso que penso, mais perdido, aflito, em sobressalto embruxado de alma desmaiada, de um (não) coração constrito, para dentro de um “Eu” que parece que não existe…. eu grito! Grito! Grito! GRIto! GRITo e GRITO, e não (me) ouço nada, em nada! Mas acredito que grito, porque ao ser o nada do nada, “raios me partam” se não existindo, eu de facto EXISTO!

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Repúblico ou Monárquico?

Em Espanha, perguntam, uns e outros, por qual razão são Monárquicos...
... eu começo a pensar, por qual distinta razão é que eu insisto em ser Republicano!
Confesso que dentro de mim, a confusão está instalada, pesa a favor, que muito provavelmente por ter uma formação base em História, sempre olhei para a causa monárquica com grande respeito, carinho e simpatia.
...por outro lado, andam ai uns republicanos, cujos gastos, exposição, e mordomias, mais parece que se instalaram numa monarquia absolutista, controlando o querendo condicionar a tripartição dos poderes, assim sendo, longe da lisura da monarquia parlamentar, que até nem me parece mal!
É caso para eu dizer: - João (cão) foge que te fazem Barão... Para onde, se me fazem Conde!
Ora se em Espanha um referendo é algo possível, para o Povo Espanhol saber se quer continuar Monárquico, ou mudar para uma República, penso que é legitimo e muito Democrático, que nos Estados Republicanos, a população também possa referendar se quer uma Monarquia! Isso sim, é próprio de um Estado de Direito Democrático, coisa que pelo que sei, nem pode ser discutida.
Estou confuso!

PS(sem conotações partidárias): se a coisa mudar, será que dá para fazer um Mix entre a "Portuguesa" e o "Hino da Carta", é que já estou tão apegado....


https://www.youtube.com/watch?v=NS_x4k07mv0&feature=share

Hino da Carta

segunda-feira, 9 de junho de 2014

QUAL A RAZÃO? - Instituto de Odivelas!





Este governo é pior do queum boi de ganadaria obstinado, quando vê o vermelho marra, marra, marra e os cornos não se lhes partem, estão em guerra com quase toda a gente e tudo neste país, a questão do Instituto de Odivelas é outro caso purgante de uma decisão puramente retórica, que em vez de contribuir para o que quer que seja, é um pilar da História e do Ensino em Portugal que cai, que nem para Museu vai.


Ele há coisas que mesmo que dessem algum prejuízo, sendo que a educação nunca é, deveriam ser mantidas, porque são instituições, são tradições, e neste caso, a produzir trabalho de uma enorme qualidade.

Quando uns vêm Elitismo, eu vejo apenas um ensino com características especiais, a formar jovens de qualidade.


Deveria este ministro perceber que se deitar este "castelo" abaixo, mesmo que no futuro alguém de coragem o reerga, já não será o mesmo, será uma reconstrução do anterior, haverá um lapso irremediável para sempre no tempo.


Há prateleiras com pó que nunca se deveriam limpar, e há Ministros e governos que por muitas razões , se deveriam VARRER!


Sr. Ministro Águiar Branco, voltar atrás com uma decisão não é ser fraco, é admitir-se que num determinado momento não olhámos bem para o todo e para as implicações das nossas decisões, dar um passo atrás, é sim, em muitos casos, e neste caso em particular, um ato de grande coragem e visão política e não de Populismo!

Um mero Cidadão
João Ramos

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Alma Morta! Matada! Morrida!





Morta! Matada! Morrida!
Com uma dor que não dói, sem glória, morta e não arrependida!
A alma excomungada, amarrada, perdida, no purgatório que é estar viva e morta numa vida sofrida!

Morta! Matada! Morrida!
Sem mágoa, na hora do último suspiro, aparentemente aguerrida, nada perdida, ilusoriamente convicta, num delírio Cátaro, é pela morte purificadora que ela chama, invita, brada e clama por toda, mas toda a morte e não apenas uma, porque uma, meus caros, é pobre e singular medida!

Morta! Matada! Morrida!
A vida servida numa gamela em jeitinho de prato, em caco, tal como a vida, gamela fodida, toda ela estrumada! – Sou Cátaro, Albigense, alma de Templário, porra isso não, a santa-unção não…
… alma sou a arder em febre, sem brilho, sem razão, como um anjo, sem sexo nem coração, porque alma não é matéria, é espírito, etérea, bela com um senão, é que a vida desta alma já não é vida, já fenece no limbo para sempre e mais uma eternidade, porque previamente, em episódios de dor anterior:

Foi já MORTA!
Foi já MATADA!
Foi já, d’alma, MORRIDA!

- E hoje? (pergunta a morte) O que fazes tu com a tua vida!?


quinta-feira, 22 de maio de 2014

Pour Tout!


Ardo incandescente por dentro,
de um fogo que não é, por certo, de amor!
É putrefacto, triste, melancólico, pleno de choro e dor,
porque te já não tenho aqui para sentir tu’alma, corpo, cheiros sentidos… humano feminino calor!

Sou, sem ti, um grande quinhão de nada, um megalómano vazio, visível da lua a olho nu…
…e tu perguntas, inocente, nos meus sonhos febris delirantes, porque já nada é como era, já nada é como era d’antes:
Pourquoi mon amour?
Eu quero, mas NÃO te respondo….

pour tout mon coeur…por tout…est suffit!?

Amor num grão de arroz….


"Um dia, sim, um dia, vou escrever tudo aquilo que sinto por ti, e vou faze-lo no mais pequeno e humilde grão de arroz que possa haver ao cimo da terra.

Mas é tanto tanto o que sinto, para que percebas o quanto, que para que não te quedes em qualquer dúvida, para que nenhuma nuvem ensombre o teu entendimento, o vou resumir, escrevendo e utilizando, para tal, uma única e só palavra, que aos mais puros e sensíveis de alma em tudo se revela, tudo diz, tudo transforma… resume-se a... AMOR!

Nem grande nem pequeno, apenas e só... AMOR!


dixit

terça-feira, 20 de maio de 2014

À beira do lume… o bastardo inflamado indesejado que há em mim…



À beira do lume, sentado cansado frustrado!
Triste, por assim bem dizer, por ser quem sou, e haver quem de mim fale sem me conhecer!
Não estou a fazer birra, nem tão pouco se pense que estou a amuar….
…apenas e só a tentar mais um novo caminho que faça sentido percorrer!


… porque na verdade, neste momento não o tenho, e não estou louco perdido ou aluado!
São ervas daninhas da vida, que surgem no trilho, que nos roçam, e fazem comichão a valer…
… sempre com a prerrogativa de poder ter sido eu, ou não, o sujeito, o bastardo inflamado indesejado que há em mim, a escolher…


Nullus magister dixit

Poema de Amor Breve para um Amor Eterno nº II !



tivesse eu direito a outra vida e não pediria mais do que

aquilo que já tenho… um grande amor por ti!


Porque és rosa, mas não flor!


Porque és silva, mas sem acúleos!


E assim, minha rosa silva, mulher de força e de vida, dás

cores à minha existência, e “embraças-me” com esses

braços de natura, sempre protegendo, sempre amando,

sempre sem magoar, atenta e vigilante, como um alado anjo

da guarda, que” de noite e dia por mim vela e me abriga

numa, bem distante do mal, mas próxima do bem, nuvem

abençoada”!


Tudo porque sim, porque sabes que a minha vida já não é só

minha, é tua é nossa, assim, de uma assentada, para que

para os outros não reste nada…



… e não peço que dure para sempre, não pediria tão insana

coisa, apenas que depois se soltar, um dia, em ambos, o

último suspiro, ele, o nosso amor, de um homem por uma

rosa que não é flor, de uma silva sem acúleos, perdure

mesmo no além!

quinta-feira, 6 de março de 2014

As minhas tristes memórias felizes



Pouco me importa o tempo da duração da felicidade, de uma felicidade cúmplice entres dois seres que perante eles, e perante Deus, se comprometeram, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, entre outras coisas, a permanecerem juntos para o resto das suas vidas, contudo, por razões que apenas Ele, o Senhor Deus sabe, um dos dois partiu mais cedo para a morada eterna, sendo que a morada eterna para onde ele partiu e onde mora, é no coração daqueles que o amam!

Assim é meu querido pai, estás lá, nesse céu que é o coração do teu filho e da tua para sempre mulher, que também, por maioria da razão, é minha Mãe.
Olho para esta foto, que encontrei por acaso, e sendo pequena em tamanho, é enorme em sentimentos.

A imagem de um casal jovem, apaixonado, com toda a vida pela frente, sendo que a vida desse casal apenas durou seis anos, mas sabes Pai, o amor não se mede pelos anos, antes pelo contrário, acho que com o passer do tempo tende a degradar-se, assim, olho para esta foto  com as lágrimas a caírem-me pelo rosto, mas por mais incrível que pareça, estou feliz, feliz porque vejo duas almas que se amam, felizes por serem dois num só, feliz por ter eu nascido desse amor.

A vida é assim, e como qualquer filho, presumo eu, tenho a melhor Mãe do mundo, tal como te tenho a Ti, sempre e todos os dias, muito bem guardado no meu coração, com a certeza de que um dia me vou encontrar novamente contigo, vou levar duas fardas, e vamos fazer uma patrulha juntos, lá no céu, sim, no tal céu, pois espero que quando partir, alguém me guarde a mim, como te guardei eu no meu coração.

Um beijo do Filho João Para o Pai António

Uma continência do Agente Principal João Ramos do Corpo de Intervenção da PSP, para a Guarda de 1.ª Classe António Ramos, da 1.ª Companhia Móvel de Polícia, morto em combate em terras da Guiné, ao serviço da Pátria e da PSP.

Sabes, até posso ser um civil, um técnico superior, a quem chamam de dr., mas na realidade aquilo que eu sempre quis ser e aquilo que de coração vou ser sempre é o Agente Principal, como muito amor e orgulho.
Esta era (e é) a tua casa, a tua família, hoje é também a minha casa e a minha família, e nada me deixa mais orgulhoso do que isso, de pertencer a tão nobre instituição e de um dia ter envergado a farda, tal como tu, da Polícia de Segurança Pública.

 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

De uma angústia infinitamente incomensurável


A angústia de quem pretensamente tem asas, mas não sabe, não quis, ou tão simplesmente não aprendeu a voar

A infinita sede de quem tem água, mas não tem boca para a beber

A incomensurável dor de quem pretensamente tem coração, mas não sabe, não quis, ou tão simplesmente não aprendeu a amar

Assim é este meu tríptico sofrimento, que clamo num lamento, em sonoros uivos aulidos e com cheiro… um estranho olor a bedum, próprio de quem já há muito morreu e apodreceu ímpio, muito ímpio por dentro, seco, muito seco, por ter sido tão avido avarento sedento

Creiam-me, pois foi o meu erro maior, nem toda a arca é a da Aliança, nem todo o cálice é o Santo Graal… e na verdade, quem tudo quer tudo perde… e por fim nada lhes resta, apenas uma desonrosa morte moral

Acorrento-me assim, para a eternidade, na caverna das sombras, onde nada é o que parece, um grande caixão natural de pedra, onde outrora minha boa alma, já jaz… já muito morta fenece…

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O teu salto stiletto!


O teu salto stiletto, inquietante e perfurante no meu peito,

o meu corpo nu, já húmido, já molhado, fumegante, para ti preparado.

Pelo meio, uma dolorosa doce dor e uma agonia que jamais enjeito,

pois é nela, na dor amiga, que encontro a mais sublime erecção, é assim,

a verdadeira, pois tudo o resto, sem o seu q.b. de  agonia e o seu q.b. de dor, apenas é um membro retesado, sem gosto, pura ficção…

...que contrito no teu íntimo, na tua greta, no teu sexo, te saberia e daria nada, um sem gosto… desilusão!

…calça-te para que me cale, tapa-me a boca para que não fale, e caminha, por fim, sobre o meu peito já feito asfalto, estrada, caminho do gozo, para ti, o atalho para o prazer perfeito…

…repisado estou, porém, tu bem sabes que sim, estou feliz, e mais estarei, quando depois de me calcares, por amor e devoção, os teus vitorianos quadris até mim se baixarem, e eis o momento, carne com carne, ganidos de prazer, brados de dor e amor, um pouco de tudo… ganidos de prazer, brados de dor e amor… ébrio estou de luxuria… apenas isso eu sei!

… o pequeno grande momento aproxima-se, eu e tu, homem e mulher, submisso e dominadora, dois  animais em cio… sentimo-lo, tu sentes? Ambos sabemos que está para chegar, não há palavras românticas a serem ditas, não há tempo para cortejar, a intensidade aumenta é a cinética do amor, a cinética do prazer, um pré-aviso vem de um arrepio na espinha, desagarro as minhas nádegas do chão, entro em ti como nunca havia entrado até então, toco o teu útero, arquejo, relampejo, agarro-me ao salto do teu sapato stilleto, e cumpro, por fim, aquilo que prometo, uma frondosa, bela e gloriosa ejaculação…

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Um triste auto-de-fé…


Na mais triste das noites, no pior de todos os meus dias, havia sempre, penso eu, embora ténue, uma áurea…uma luz, contudo, que a lado nenhum me leva, a lado nenhum me conduz….

… a razão?

Porque amarrado estou ao preconceito, não tenho fé, não acredito, não creio e por essa vil razão, eu choro, eu escarneço, eu zombeteio, e espanto meu… espasmo-me, maltrato-me, e por fim, embora um fim sem final, quedo-me no chão, volto a chorar, volto a escarnecer, volto a zombetear, já não são espasmos, são vómitos e (re) maltrato-me… oh, merda para isto, estou quase morto, mas ainda amarrado ao preconceito, sinto que me doí a alma, sinto que se me afogueia o peito… e por tudo…a todos digo…sinto muito…

Ahhhh perro sarnento… estivesses tu (eu) no tempo dessa mais que puta e nada santa inquisição, que eles, serena e piamente, numa masmorra medieval qualquer, esmagavam-te os ossos, moíam-te a alma, e, por belzebu, sei lá que mais te fariam a ti (eu), apenas sei que te arrancavam uma (mentira) confissão… bom, mas ou isso, ou a fogueira, que nas cabeças dos inquisidores já se ateia… meu ateu…

- Senhores inquisidores…ateu não! Agnóstico? Hummm… talvezzzzzzz, ou seja, acho que não, nem tão pouco confuso, acho que apenas mesmo, uma jumenta estupidezzzzz….

… que belo auto-de-fé…

… e a porra da áurea? Sim, e a luz? Sei que porque não acredito, não creio, a lado nenhum me leva, a lado nenhum me conduz…

… que belo auto-de-fé…