Morta! Matada! Morrida!
Com uma dor que não dói, sem glória, morta e não
arrependida!
A alma excomungada, amarrada, perdida, no purgatório que é estar viva e morta
numa vida sofrida!
Morta! Matada! Morrida!
Sem mágoa, na hora do último suspiro, aparentemente
aguerrida, nada perdida, ilusoriamente convicta, num delírio Cátaro, é pela
morte purificadora que ela chama, invita, brada e clama por toda, mas toda a
morte e não apenas uma, porque uma, meus caros, é pobre e singular medida!
Morta! Matada! Morrida!
A vida servida numa gamela em jeitinho de prato, em
caco, tal como a vida, gamela fodida, toda ela estrumada! – Sou Cátaro,
Albigense, alma de Templário, porra isso não, a santa-unção não…
… alma sou a arder em febre, sem brilho, sem razão,
como um anjo, sem sexo nem coração, porque alma não é matéria, é espírito, etérea,
bela com um senão, é que a vida desta alma já não é vida, já fenece no limbo
para sempre e mais uma eternidade, porque previamente, em episódios de dor
anterior:
Foi já MORTA!
Foi já MATADA!
Foi já, d’alma, MORRIDA!
- E hoje? (pergunta a morte) O que fazes tu com a tua
vida!?
Tem o seu quê... bonito!
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