quinta-feira, 5 de junho de 2014

Alma Morta! Matada! Morrida!





Morta! Matada! Morrida!
Com uma dor que não dói, sem glória, morta e não arrependida!
A alma excomungada, amarrada, perdida, no purgatório que é estar viva e morta numa vida sofrida!

Morta! Matada! Morrida!
Sem mágoa, na hora do último suspiro, aparentemente aguerrida, nada perdida, ilusoriamente convicta, num delírio Cátaro, é pela morte purificadora que ela chama, invita, brada e clama por toda, mas toda a morte e não apenas uma, porque uma, meus caros, é pobre e singular medida!

Morta! Matada! Morrida!
A vida servida numa gamela em jeitinho de prato, em caco, tal como a vida, gamela fodida, toda ela estrumada! – Sou Cátaro, Albigense, alma de Templário, porra isso não, a santa-unção não…
… alma sou a arder em febre, sem brilho, sem razão, como um anjo, sem sexo nem coração, porque alma não é matéria, é espírito, etérea, bela com um senão, é que a vida desta alma já não é vida, já fenece no limbo para sempre e mais uma eternidade, porque previamente, em episódios de dor anterior:

Foi já MORTA!
Foi já MATADA!
Foi já, d’alma, MORRIDA!

- E hoje? (pergunta a morte) O que fazes tu com a tua vida!?


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