Carta de Amor Primeira
Dentro de mim, 04 de Julho de 1914
Minha querida!
Como gostaria que te visses como eu te vejo... com os
meus olhos…
Que sentisses o mundo à tua volta fazendo uso dos
meus sentidos, mas que na essência, jamais deixasses de ser tu! Poderias então,
dessa forma, avaliar o que penso e sinto quando te olho…
Como gostaria que o meu coração fosse, por alguns
momentos, umbilicalmente ligado ao teu e que nesses breves momentos, sentisses
o meu pulsar por ti… quando te sinto e olho… taquicardias do amor….
Como gostaria que as tuas mãos por momentos fossem as
minhas, poderias, assim, sentir o quanto já te quero e amo, pela forma terna e
intensa como no meu pensante te toco, te guardo, te acarinho!
Na verdade, apenas num hipotético momento onde o teu “TU”
fosse o meu “EU”, te levaria a entender e a compreender a pureza, e porque não,
a dimensão deste meu mais do que embrionário amor… porque tudo o resto que te
possa dizer, será sempre uma muito pálida e enevoada imagem do que penso e
sinto em mim…por ti!
Muitas são as coisas mensuráveis e explicáveis na
vida… o tempo, o vento…o frio e o calor, a força das marés… e muitas as lógicas
e formas de medição, mas nenhuma delas, feliz ou infelizmente, consegue medir
ou explicar o amor, este meu já amor maior por ti!
Porque o amor não se explica, sente-se, vive-se, gota
a gota até ser fonte… e nesse momento singular, o que sinto por ti será perene!
Que estoicamente todas as cartas de amor continuem a
ser ridículas, mas sempre e só, com e por causa do amor!
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