Sou Tu!
És Eu!
Que ninguém saiba, que
ninguém nos leia… entenda… perceba!
Porque assim, desta maneira pouco formal, podemos ser únicos, molde
primogénito… o “san graal”, o amor “pecado” original.
Agarro na tua… minha… nossa mão, como quem se agarra à vida, que está laça,
como das mão de uma jovem criança escapa, deslizante, (em)baraço acima, a vida.
Perdão… o balão!
Sim, foram belos esses
dias, tempos idos vividos, bem vividos, nada de tempos perdidos… em que a
juventude parecia um bem infinito, em que nos doíam as maças do rosto de tanto sorrir,
em que saltávamos muros, campainhas tocadas à socapa e fugir… escondidos num
rir… num abundante rir…
E depois aquele beijo… que mesmo depois de muitos, todos me pareciam ser e
sabiam sempre como a ser o primeiro…
Passear de mãos dadas,
foleiro mas lindo, e malta, tal era o amor, que a gente não “saía” nem “andava”…
a malta até, vejam bem, namorava…
… e aquele dançar em slow…
? Épico momento… que bom… que bom, mesmo que por cada dez pedidos, para uma
dança, nove e meio eram tampa certa, e tampa recebida, tampa que nos era dada… bem
caladinha era guardada…
E hoje o reencontro
inesperado. Nós aqui, por fim, e quase nada falamos, somos conhecidos, mas
estranhos, e nesses segundos pensamo-nos…
O passado desfila na nossa
mente, os corações alternam entre uma espécie de tristeza sã e uma alegria doente…
… que segundo eterno, estamos petrificados, à nossa
volta uma multidão de pessoas em modo congelado… e nós a reviver o passado… que
é passado…
Poucas palavras trocamos…
um beijo damos, sorrimos, seguimos e andamos…
Olho uma última vez para trás…
e apenas nesse momento me apetece gritar e dizer-te: - Não vás!
Mas serei sempre Tu!
E tu, serás sempre Eu!
Apesar de tudo o que o
tempo limpou e varreu.
Mas que ninguém saiba, que
nunca ninguém nos leia… entenda… perceba!
Porque assim, desta
maneira pouco formal, iremos ser únicos, molde primogénito… o “san graal”, o
amor “pecado” original.
Sigo sozinho agarrado à
tua… minha… nossa mão, como quem se agarra à vida, que está laça, como das mão
de uma jovem criança escapa, deslizante, (em)baraço acima, a vida. Perdão… o
balão!
Sim, foram belos esses
dias, tempos idos vividos, bem vividos, nada de tempos perdidos…