terça-feira, 29 de novembro de 2016

Tempestade e uma história de amor por terminar!

Prostro-me no chão, cabisbaixo estou, sem esperança nem fé! Apenas de Joelhos no chão frio e enlameado!
O meu rosto? A esse, cubro-o, não de vergonha, mas para esconder as lágrimas de raiva intimamente minha e de dor…
…. porque naquela noite ímpar, de tempestuosa tempestade, a troarem os trovões dos trovões, senti-me honestamente amado,
como acredito que jamais em tempo algum, novamente assim o serei! Apenas eu e tu, a tempestade e o amor, um grande, grande amor!   

Por cima de nós não uma tempestade, mas sim, “A tempestade”, como que forjada apenas e só para nós, para aquele inolvidável momento!
Olhares nunca trocados, toques nunca antes sentidos? Beijo quentes, ora ávidos ora serenos, e por cima de nós, a tempestade, em coro, a entoar uma, de amor, canção!
Hoje, passada a tempestade, passado tanto e tanto tempo, apenas uma alegre triste memória, que se nuns dias me aquece, com a saudade, o coração, noutros, uma dor, um lamurio, um tormento!

Como amante atormentado, volto, ora em pensamento, e outras em corpo, a esse lugar de amor. Mas será por puro masoquismo? Ou evocativa peregrinação?
Não sei, mas sei que preciso, como ave migratória, de voltar uma e outra vez aquele lugar onde o amor, a par da tempestade aconteceu… recordar e chorar, chorar, sorrir e recordar…
Assim é a solidão do amante, a tempestade do século, como que encenada para nós, nunca mais voltou! A ti? Deixei-te partir… e estas palavras… que pesadamente escrevo, não são uma desculpa, são antes, isso sim, um penoso acto de contrição!

Há quem tenha nascido para viver grandes e cénicos momentos de paixão, que provocam verdadeiras cardiomiopatias de amor… que engrandecem e fazem crescer, em volume, o coração!  
Fico confuso e já não sei se o amor é uma bênção ou uma enfermidade? Se é mentira ou verdade, se poderoso feitiço e ilusão…ou algo corpóreo e real?
Amor, amor és fatal ou não?
Devemos enforcar-te em praça público em inquisitório auto-de-fé? Ou colocar-te, divinamente, num pedestal?

Ergo-me a custo do chão, mais cabisbaixo, com menos esperança e fé! Quanto mais aqui peregrino, mais me perco e fico baralhado!
O meu rosto? A esse, continuou a cobri-lo, não de vergonha, mas para esconder as lágrimas de raiva intimamente minha e de cada vez mais dor…
…. porque naquela noite ímpar, de tempestuosa tempestade, a troarem os trovões dos trovões, senti-me honestamente amado,
como acredito que jamais em tempo algum, novamente assim o serei! Apenas eu e tu, a tempestade e o amor, um grande, grande amor!  


Ao volante, de regresso a casa, ou ao acordar da viagem em sonho, repito para mim mesmo: - Ainda há Esperança João… ainda há esperança… nunca nada na vida é ao acaso, por acaso ou em vão!

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