sexta-feira, 26 de junho de 2015

E quando temos apenas amor?


E quando temos apenas amor? Ou não!

E quando abrimos as mãos? E encontramos em conjunto, razão, alma e coração!

Como se fossem um só… o que, na realidade, se tu e eu pensarmos bem, até são…

Uma espécie de Santíssima Trindade, que faz rodar o carrossel mas inebriante de todos… o carrossel dos sentimentos, dos gemidos, dos murmúrios bons e maus, ou apenas lamentos… e que tanto nos eleva o ego, como causa dor profunda e enjoo! Mas tudo, bom ou mau, passa, são momentos!

Vinde!

…meninos e meninas, senhores e senhoras, bem-vindos a bordo deste círculo vicioso…cai e levanta, e de novo no chão… cai e levanta, e de novo no chão … redundância até mais não…

Defeito? Quiçá?                                                                                                                  

Que se arranje um culpado desde “adesso”, “maintenant”, “porra” pá, para agora…neste momento… para já!

Ela não pode morrer solteira, a culpa, embora nesta vida de “vaudeville” sentimental, plena de “rendez vous” de “amour”, nada pareça o que é… onde nada e tudo é mentira, onde nada e tudo é verdade! Onde acreditar nele, no amor, e que este possa ser uma questão de crença humana, ou de uma devota e religiosa fé!

 - Talvez uma roda dentada fundida, mal gerada, imperfeita (diz o contramestre do carrossel) com falhas aqui e ali, a roda magoada, em si e por si… ela própria já farta de ser roda dentada fundida, mal gerada, num momento mal-amada, no seguinte odiada, e mesmo sendo de aço… fica uma marca, na roda, uma e outra ferida… roda carrossel do sentimento… roda e gira… tu que tanto dás à razão, alma e coração morte, como lhes dás vida!

… embora, para nós… amar nunca foi nem coisa nem causa perdida…

Uma mistura de amor, e de outros sentimentos que não se explicam, apenas se sentem, e sente-se por que é amor, e só porque sim, não devia, mas… que se lixe… repito… é amor… enfim…

(silêncio! Chiu! Um diferente, contudo teu, respirar)

… por fim acordas do teu sono, levantas-te, nem reparas em mim, eu, como que em pecado, olho o teu corpo, solenemente vestido de uma enorme, em organza, diga-se, nudez!

Miro a tua em silhueta em contraluz, que se espreguiça… e eu, parvo como sou, deixo-me adormecer, para  filosofar, quando deveria ter tomado o teu corpo de costa a costa, entrar, com a proa fálica vibrantemente erguida, bem dentro e fundo do teu porto materno, e nele atracar…

Sabendo que nada é eterno… mas não será por isso que iremos deixar de nos querermos… de amar… de cair e levantar e de novo no chão… cair e levantar, e de novo no chão … redundâncias do carrossel dos sentimentos até mais não!

  26.06.2015
04H46

1 comentário:

  1. Parabéns João, soberbo este texto , que dom é este?
    Que te deixa tão transparente quando escreves?

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