Só queria perceber o porquê? Diz-me apenas uma, uma
só razão de te (des) comportares assim? Dessa forma tão fria e distante…?
Será que padeces de alguma doença? Ou és apenas isso,
um pequeno ser altivo e arrogante?
…eufórica, histérica e petulante, “abençoada” por anjos caídos em desgraça, de
uma maldade eterna, infinita (e não me perdoes a redundância), o rosto de uma
iniquidade sem fim?
Porque me brindas tu, de quando em vez, que penso eu
serem momentos de rara lucidez, com palavras doces? E até, pasme-se, com um quase
extasiado: - meu amor, meu anjo… meu tudo…! E o tiras, de forma aberrante, no instante
seguinte?
Não sabes que “quem dá e tira ao inferno vai parar”?
Mas espera… fez-se luz… e eu pressinto, é mesmo para
lá que queres ir, é lá, no caos, onde queres viver, onde queres morar e estar… o
inferno… para ti, viperina peçonhenta, o teu “lar doce lar”!
Roubas-me toda a alegria de estar vivo, ou vivo
estando, a alegria de viver, matas-me a esperança! Sabes ser, subtilmente e em simultâneo,
vil, e um encoberto espelho de rancor…
… e quando te olho, “bestia dalle sette teste”,
apenas vejo, cego pela tua magia, uma forma de mulher angélica, que me leva a
pensar: - É ela! É esta! É a tal!
Assim, Ilusoriamente, por tempo determinado, sou
coroado de uma pretensa e iludente afeição, quando na realidade sou apenas um
indigente com alma e com fome de afecto, um faminto pedinte dessa coisa a quem
gente mais ou menos sábia, chama de amor!
Mas é assim que tu sobrevives, uma pinga amor, uma
besta cruel a causar aqui e além, em nome de um nobre sentimento, tanta e tanta
dor!
… que me deixa perdido, sem luz, sem caminho, sem
força nas pernas e sem reacção, numa espiral de desespero, a desejar morrer e a
desejar que o amor morra tal como eu, ao cimo de toda a terra, de uma morte
fulminante… directamente para os braços de Morfeu!
...mordo os lábios incessantemente, e penso que com a
morte definitiva do amor, também terminava a praga da dor de amor que se chama
de paixão… que ambas, bem mortas, pútridas e fétidas, se aqueçam bem juntas no
mesmo velório e caixão, e na campa rasa, os dizeres: aqui jaz o AMOR, que faz
de nós ora felizes, ora parvos, e a sua meretriz D.ª Dolorosa paixão…
nem tenho palavras .... excelente!!!!
ResponderEliminarParabéns João!
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