quinta-feira, 8 de março de 2012

Por um postigo…soldado desconhecido...outra explosão…

(dedicado a todos os soldados, cujo posto não importa, ao soldado, não que procura a Guerra, mas é levado, não se sabe por vezes, em nome de quê, até ela. Em particular, ao Soldado Desconhecido, que são aqueles que pereceram em combate, mas cujos corpos nunca foram encontrados. Que todas essas almas atormentadas, descanssem em paz)




Foi na dolorosa violenta vivência bélica, contigo,

que descobri, à força e de veritas, o sofrimento!

O escuro? Esse, tornou-se no meu melhor amigo,

aquele que, à noite, me guarda no meu sono ao relento.



Ao longe, não sei quão longe? Vejo mais um e outro clarão…

…parece que ouço, sim, sei que ouço, um horror de gente a gritar!

Que se registe, que tu e eu saibamos, é mais uma e outra explosão,

com um único e desonroso fim…matar, matar, matar!



E a besta metálica, sonoramente brilhante, não escolhe géneros ou idades…

onde cai, cai! Explode! Mata! O buraco, em jazigo dos corpos, se torna.

O Homem é um ser capaz de coisas belas e boas, e de desmedidas maldades!

Aqui, no meu ninho de metralhadora (empurrado fui), a paz, soa-me a quimera!



Apenas, vejam só, me pediram que eu faça um serviço…que muitos eu mate!

Aqui e agora, apenas penso que, se não mo dissessem, eu matava na mesma!

Não pelo brio! Mas sim por medo, cobardia, para que à mortandade eu escape,

sita, neste campo de nojo (luto), desta injustificável e desumana contenda!



Mas não fujo, não entendo, mas não me movo! Gelado especado estou eu!

Sinto que “eles” se aproximam! E eu? Bom, resta-me nesta cova aguardar!

Assim, de quem vêm, só me ataca quem ainda, (in)felizmente não morreu!

Pois quem de morte morrida morreu, já não mata, já não pode lutar!



E assim se mantém, pela força da força sem razão, o Império Vivo!

E todos nós, pobres peões de brega, aqui, esquecidos em “Missão”!

A vida!? Essa vê-se apenas por um estreito e limitado postigo,

mas mais perto, vejo o rosto brilhante da morte, uma nova explosão!

  

1 comentário:

  1. meu amigo ,que coisa terrivel , a guerra, porquê?,foi a pergunta que sempre fiz a mim própria, quando em pranto me despedia dos amigos ,que ali em Alcântara naquele barco partiam, lembro-me de assustada tapar os ouvidos , pois o barco apitava ,apitava ,e os nossos amigos diziam adeus , e aquele espectáculo que o governo salazarista teimava em fazer como ,se os que partiam de uns heróis se tratassem , era tão degradante.Dàs aqui uma imagem perfeita do eles sentiriam no campo de batalha, vendo-se obrigados a matarem para não morrerem, porquê ,porquÊ, TANTA ESTUPIDEZ?

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