que
descobri, à força e de veritas, o sofrimento!
O
escuro? Esse, tornou-se no meu melhor amigo,
aquele
que, à noite, me guarda no meu sono ao relento.
Ao
longe, não sei quão longe? Vejo mais um e outro clarão…
…parece
que ouço, sim, sei que ouço, um horror de gente a gritar!
Que
se registe, que tu e eu saibamos, é mais uma e outra explosão,
com
um único e desonroso fim…matar, matar, matar!
E a
besta metálica, sonoramente brilhante, não escolhe géneros ou idades…
onde
cai, cai! Explode! Mata! O buraco, em jazigo dos corpos, se torna.
O
Homem é um ser capaz de coisas belas e boas, e de desmedidas maldades!
Aqui,
no meu ninho de metralhadora (empurrado fui), a paz, soa-me a quimera!
Apenas,
vejam só, me pediram que eu faça um serviço…que muitos eu mate!
Aqui
e agora, apenas penso que, se não mo dissessem, eu matava na mesma!
Não
pelo brio! Mas sim por medo, cobardia, para que à mortandade eu escape,
sita,
neste campo de nojo (luto), desta injustificável e desumana contenda!
Mas
não fujo, não entendo, mas não me movo! Gelado especado estou eu!
Sinto
que “eles” se aproximam! E eu? Bom, resta-me nesta cova aguardar!
Assim,
de quem vêm, só me ataca quem ainda, (in)felizmente não morreu!
Pois
quem de morte morrida morreu, já não mata, já não pode lutar!
E
assim se mantém, pela força da força sem razão, o Império Vivo!
E
todos nós, pobres peões de brega,
aqui, esquecidos em “Missão”!
A
vida!? Essa vê-se apenas por um estreito e limitado postigo,
mas
mais perto, vejo o rosto brilhante da morte, uma nova explosão!
meu amigo ,que coisa terrivel , a guerra, porquê?,foi a pergunta que sempre fiz a mim própria, quando em pranto me despedia dos amigos ,que ali em Alcântara naquele barco partiam, lembro-me de assustada tapar os ouvidos , pois o barco apitava ,apitava ,e os nossos amigos diziam adeus , e aquele espectáculo que o governo salazarista teimava em fazer como ,se os que partiam de uns heróis se tratassem , era tão degradante.Dàs aqui uma imagem perfeita do eles sentiriam no campo de batalha, vendo-se obrigados a matarem para não morrerem, porquê ,porquÊ, TANTA ESTUPIDEZ?
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