terça-feira, 10 de abril de 2018

Quem sois vós?


Quem sois vós? Em quem vejo coisas grandes e fantasiosamente fantásticas nesses seus olhos, quando, por pequenos momentos, ligeiramente encolhidos, estão numa plena e incomensurável ternura.

E quando os seus carnudos lábios sorriem para o mundo? Ai que tonto sou… pois penso, qual Pierrô, jamais Arlequim, que inocentemente, talvez, e só talvez, apenas e somente, por uma vez, minha doce e terna Colombina… sorriem para mim...

… sinto um nó na garganta, de ânsia interminável, que se estende até ao meu peito, lugar onde dizem que fica a arrecadação da alma e do coração, como tal, mais para o bem do que para o mal, lá,  descansa o amor…  lá, descansais vós, em alva candura!

Ó minha doce Seirene, que com o seu doce canto, em mares salgados e tumultuosos, a uns quantos leva à perdição, e a outros, errantes mareantes, mas puros apaixonados, salva da morte certa, que mesmo de lágrimas encharcados, e de olhos tristemente cansados, os expia da dor e do pranto sem fim…

… quem sois vós na realidade?
Colombina? Seirene? Se eu nem Pierrô, Arlequim ou marinheiro sou?
Sois a Mulher e Senhora que os meus pesadelos em sonhos transformou!
E o que sinto? Amor? Creio que sim! Paixão nunca, pois é sinónimo de amor com dor! Mas por certo, muito, mas muito mais do que uma, por grande que seja, amizade!

Não foi assim que Zaratustra falou… mas é o que me vai cá dentro, e esta, quer vós quereis quer não, é a mais simples, humilde e ungida de amor verdade.

00H02
10/04/2018

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