domingo, 19 de novembro de 2017

“Inspiracional” tormento.


Confinado estou ao meu vazio e obsoleto pensamento,
sem qualquer vislumbre de um mote para inspiração.
Será eterno este vazio criativo? Ou apenas um momento?
Amarrado estou! Guardar papel e caneta na gaveta, parece a solução.

Estéril está a veia que antes criava a todo o instante e tempo.
Igualmente estéril está, no que toca ao amor, o meu coração.
Que fazer? Se nem a mais pequena estrofe nasce! Falta-me o sentimento!
Olho à minha volta e de facto, ausente estou de qualquer emoção.

Nada mais triste, para quem a escrita é vida, alma, ar ou alimento,
do que a folha alva, imaculada, sem escrita, é mesa sem água ou pão!
Preciso de sentir amor, amar e gritar, paixão louca, pois é esse o fermento,
caso contrário, só me resta, como lutador perdedor, desistir, deitar a toalha ao chão!

Abro a gaveta, retiro o papel e caneta, inspiro-me, uma e outra palavra, grão a grão,
sem bem saber o que pode ou não nascer, escrevo livre, e ao sabor livre do vento.
Recordo o teu último beijo. É ele o motor deste renascer? Se assim for, outros se lhe seguirão,
quer poemas quer beijos, quer motes para outras odes e canções, e terminar com este vazio de inspiração. Que cesse o “inspiracional” tormento.


PS: Por ser uma palavra inventada, "inspiracional" encontra-se entre aspas.


1 comentário:

  1. John don't stop writing, I hope you find motivation soon to continue your God given gift...

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