Confinado
estou ao meu vazio e obsoleto pensamento,
sem qualquer
vislumbre de um mote para inspiração.
Será
eterno este vazio criativo? Ou apenas um momento?
Amarrado
estou! Guardar papel e caneta na gaveta, parece a solução.
Estéril
está a veia que antes criava a todo o instante e tempo.
Igualmente estéril está, no que toca ao amor, o meu coração.
Igualmente estéril está, no que toca ao amor, o meu coração.
Que
fazer? Se nem a mais pequena estrofe nasce! Falta-me o sentimento!
Olho à
minha volta e de facto, ausente estou de qualquer emoção.
Nada mais
triste, para quem a escrita é vida, alma, ar ou alimento,
do que
a folha alva, imaculada, sem escrita, é mesa sem água ou pão!
Preciso
de sentir amor, amar e gritar, paixão louca, pois é esse o fermento,
caso contrário,
só me resta, como lutador perdedor, desistir, deitar a toalha ao chão!
Abro a
gaveta, retiro o papel e caneta, inspiro-me, uma e outra palavra, grão a grão,
sem bem
saber o que pode ou não nascer, escrevo livre, e ao sabor livre do vento.
Recordo o
teu último beijo. É ele o motor deste renascer? Se assim for, outros se lhe
seguirão,
quer poemas
quer beijos, quer motes para outras odes e canções, e terminar com este vazio
de inspiração. Que cesse o “inspiracional” tormento.
PS: Por ser uma palavra inventada, "inspiracional" encontra-se entre aspas.