terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Lição de desvirtudes para senhoras de bem em duas partes

Parte primeira: A Teoria.

Não se dispa!
Eles gostam de conjeturar sobre o que estará por baixo da sua primeira e depois segunda roupa…  antes de chegar à sua pele, à sua delicada e terna pele… assim o deseje!

Não perca a paciência!
Goste de se ver ir desnudando lentamente, as coisas não se “comem” em cru, provam-se até estarem “al dente” … assim o deseje!

Não se “quede sencilla”!
“Dress up and Make up” “como se fuera”, “the last day”, “de votre vie” … “l'ultima notte della vostra esistenza sulla terra” … ou tudo, ou nada, viver e morrer por amor…sim ou não…? Assim o deseje!

Não se apresse!
Saber esperar é uma virtude, a única que queremos e temos, o resto, somos líbido, luxúria, pecado paixão… assim o deseje!

Parte segunda: A prática.

Não se prive, enquanto mulher, de efabular!
Estamos aqui, eu e você, mais que trancados entre quatro sólidas e solitárias paredes… atire fora a chave e o medo, o receio, o que pensam os outros… galope para cima de mim, liberte-se do jugo social, esmague o medo de ser descoberta, roa o freio… “joder” é aqui e agora, e por agora, que se deve despir do puritanismo, e dessa coisa chamada de pecado, herança inquisitória judaico-cristão… senil preconceito… “assim o deseje!

Liberte-se!
Diga todos os nomes e palavrões que guarda há muito em si... traga ao de cima todos os seus silenciados fetiches, daqueles que em dias de lua cheia lhe dão febris febres, grandes calores, pavores, húmidas sezões…

Imponha-se!
Mostre a “mistress” mulher poderosa que é!
A porra do poeta Pessoa é que era um fingidor!
Faça desta noite o seu filme, com o seu “scipt”, seja a principal atriz, e eu, apenas um objeto de prazer, seu cúmplice, professor e serviçal ator!
Desta vez, pelo menos por uma só vez, seja o sinal mais nesta burlesca aula e encenação… ajoelhe-me, vergue-me, submeta-me para seu/meu/nosso prazer e deleite… aí…imponente nos seus saltos agulha, e eu, como uma criança bem-mandada e feliz… deliciosamente prostrada aos seus pés, e você, não sendo a mulher que os todos os homens querem que você e todas as mulheres do mundo sejam, mas sendo a mulher que esconde e escondem, porque neste momento e aqui, você manda, você existe, você é!
Fim da lição

03H25

segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Um sussurro descuidado… orgasmo público consumido!


Um sussurro descuidado! E já pegado e colado estou à tua pessoa… adunado estou ao teu ouvido.
Lábios grossos lascivos, mas não proibidos… insistem em roçar o teu perfeito lóbulo auricular,
e assim, perto de ti, vejo claramente, no sombrio salão, que já não sou nem estou perdido!
E tu? Tu tremes, gemes e respiras ofegante! O meu rosto toca o teu, e sinto o mútuo arrepiar…

Um sussurro ousado, palavras insonoras, e um olhar não inocente para o decote por ti vestido.
Dedos discretos, mas libidos, tateiam a tua nuca, provocam-te, quero-te na cama, não num altar.
Olham-nos, mas para nós, estão cristalizados, só eu e tu, num momento público erótico desmedido,
deslizo a mão pelas tuas costas, provoco-te, contorces-te… é a arfante e doce tesão a chegar…

Um sussurro descarado, beijo molhado no pescoço dado, um eu e tu que se “encontram perdidos”.
Em esforço, manténs a postura, cruzas as pernas, tentativas vãs de travar o que está para chegar!

Discreta, colocas as mãos sobre o teu colo, o teu cotovelo, anuente, roça em mim: - ”Erectus initio ”.
Por fim o prazer, teu e meu, nosso (Senhor livrai-nos de todo o mal)!  Senti a tua controlada convulsão, vi as pernas já juntas, ainda mais a apertar… os mamilos a espetar, o teu cheiro bom de luxúria, a carnalidade… o teu arrepiar, um aiii… quase impercetível, apenas para mim audível, por fim, o teu corpo relaxa… orgasmo público consumido… e eu que só me levantei da minha mesa e passei pela tua para te cumprimentar…