domingo, 22 de dezembro de 2013

quatuor sensus


 
 
Vital? De certeza o ar que respiro!

Essencial? Provavelmente a água que bebemos… os alimentos que digerimos!

De notar? O facto simples de que assaz te amo, de que assaz te admiro!

Irónico? O facto complexo de que um do outro, inexplicavelmente e constantemente fugimos.

 
Dixit…

Autoproclamada república do sentimento


Autoproclamada república do sentimento,

onde reina a "ordem" do verbo amar,

onde não é lícito conceber em vão qualquer sentimento,

onde a felicidade reina, assim o queiramos, é abrir o pensamento e voar…
 

Autoproclamada república do sentimento,

onde não há leis ou outras normas positivadas para cumprir,

onde a honra e a palavra não as leva o vento…

… onde o sol é sempre presente, uma luz que nos faz acreditar e leva a sorrir!

 
Autoproclamada república do sentimento,

onde não existe o fantasma do lápis azul, da cega censura,

onde o corpo pede muito mais do que carnal alimento,

um lugar raro, acreditem, onde ainda há fontes que têm água pura…

 

Será sonho?

Será pura especulação?

Autoproclamada república do sentimento… Anarquia?

Autoproclamada república do sentimento, Utopia?

Incorrecto!

 Logrará ser realidade pura, mas apenas e só nesse terreno fértil de tudo… o coração!

 

sábado, 21 de dezembro de 2013

na Barca de Caronte, minh’alma e meu coração!


Este meu audível e profundo (como devem ser todos) suspiro,

não creias, porque o não é, um apelo a ti, uma dor ou queixume.

É antes de mais, e mesmo primeiro que tudo, o que eu transpiro…

… paixão vertiginosa, amor  dor no peito, porque é feito de chama forte, lume…

Este meu mais que cavado olhar, que para bem longe, sem pouso certo, atiro,

não creias, porque o não é, um olhar mendigo a ti, cruel, não és imagem que levemente se esfume.

É antes de mais, e mesmo primeiro que tudo, um olhar que procura no espaço vazio, um retiro…

… estás alto, meu único e grande amor, mas não tão alto, perto do céu ou no pico do cume…


Mas de que serve toda esta negação?

Se é para ti que escrevo…

…demónios… mil demónios, vinde, executai-me, cortai-me uma e outra mão…

… aproveitai e levai para o inferno, na Barca de Caronte, minh’alma e meu coração!