Após ter publicado um humilde texto sobre o carácter “orgasmatico”
pré eleitoral, recebi alguns telefonas menos simpáticos, em jeito de ”quem te
avisa, teu amigo é”. Ainda dentro do mesmo princípio, recebi também um ou outro
correio electrónico e mensagens no facebook, onde algumas pessoas até me questionaram
se eram visadas.
Mas ressalvo esta pérola politica com tiques de Estado Novo
que me foi dirigida: - o que escreveste é incómodo e politicamente incorrecto!
Querem-me lá ver que estou em risco de perder os meus cargos
no partido!
Querem-me lá ver que vão pedir o meu saneamento!
Tremo de pensar no que ai vem, nas consequências… serei excomungado
(não porque somos um partido laico), mas ostracizado? Colocado na prateleira?
Como viverei depois????
Enfim… para não chorar, com pena destes “pobres de espirito”,
que contudo, e como diz a Biblia, “Felizes os pobres de espirito porque deles
será o reino dos céus!”, ou seja, pela sacrossanta estupidez já ganharam o céu,
mas como dizia, para não chorar, apenas me limito a sorrir e a registar o
seguinte: - Meus amigos, “se lhes serviu a carapuça” e vos deixou a pensar, claramente
que SIM! E sim, é porque era, aliás, é!
Sei que quando escrevemos aquilo que não agrada a certas
pessoas, há quem se intimide com as consequências, coisa que a mim não me
abala, sou íntegro, não sou um "chupista" do momento. Por outro lado,
o silêncio, ou a não reacção de muita gente, diz muito do efeito que aquilo escrevemos
tem… fica para memória que é um pouco isto: façamos todos de conta que não
lemos, não vimos, enfiemos a cabeça na areia como a avestruz! Alguém tem de
dizer a todos os que (não) leram, que ao tomar a posição da avestruz, fica-se vulnerável!
Que chato haver gajos que gostam de ser incómodos…
Tenho pena de ver, assistir do camarote, e ter documentado,
o que as pessoas antes diziam, e agora, que lhe cheira "lugar", já
dizem, e vestem o melhor fato, e vêm à apresentação do candidato, com lugar de
relevo, como se sempre o tivessem apoiado e valorizado.
Na verdade, estar no NIM, escondido e calado a ver para que
lado cai, são os que ganham.
Tratando o Boi pelos nomes, na apresentação do candidato
Miguel, pessoa de bom intimo e coração, um político Pro Bono, apareceram
aperaltados e altivos, gentes que há muito não os via... mas que agora até têm
lugarzinho garantido e elegível... sorridentes e de abraços, onde estavam
quando se travou a luta contra o legitimo, e bem, candidato Mário Ricardo? Sim,
onde é que andaram nessa luta????
Escondidos, e se o Mário fosse o líder da Concelhia de
Miranda, estariam na fonte dos amores, de certeza engalanados, com os mesmos
sorrisos e palmadinhas nas costas... e a pensar: - porra pá, ainda bem que
joguei à defesa, e ainda com três centrais, caladinho nomeu canto…
Ainda me lembro da primeira apresentação do Candidato
Miguel, quando foi no mercado, chovia, havia porco no espeto, eramos uns
poucos, muito poucos, porquê ninguém acreditava, as sondagens eram contra, o
Miguel, um anónimo, enquanto ele discursava, de um lado do passeio, nós, do
outro lado ouvíamos e batíamos as palamas da praxe, poucos mas com fé inabalável…
de vez em quando, um carro passava entre o publico e o orador, só ver para crer…
um dia épico… pouca gente, não crava a poder, a lugares, e poderiam, caso
dessem a cara, sair chamuscados no pós eleições…
…à medida que a campanha foi avançando, e a adesão foi sendo
notória, os chulos do costume começaram a aparecer, com desculpas esfarrapadas,
votos “bezerros” de lealdade e de cínicos: - sempre acreditámos em ti!
Como foi diferente o cenário na fonte dos amores… de
repente, pensei que estivesse na gala dos Globos de Ouro da SIC, tanto sorriso,
tanto abraço, tantos vivas e tu, o Miguel: - és a maior pá!
Dos dois momentos, apenas me recordo de uma pessoa, digam o
que disserem dela, alguém que há quase 4 anos, numa “quase ridícula apresentação”,
apenas e só pelo reduzido número de presentes, pois era uma candidatura fadada
ao insucesso, apresentou com entusiasmo: - o futuro presidente da Câmara de
Miranda do Corvo! Que acabou, por uma unha negra não ser, este ano, há poucas
semanas, o mesmo homem, o mesmo entusiasmo, o mesmo “speaker”, voltou a
apresentar, novamente: - o futuro presidente da Câmara de Miranda do Corvo!
Refiro-me, naturalmente, ao CAMARADA e AMIGO João Paulo, que
todos conhecemos por JP.
Para ti, o meu abraço, o meu louvor, porque de dia ou de noite, com sol ou
chuva, com mais ou menos saúde, sempre estiveste lá, sempre estiveste com ele,
sempre estiveste com todos.
Se um dia tivesse de partir para uma guerra, iria querer-te ter, por todo e
mais a lealdade ao meu lado.
Poderia naturalmente referir alguns mais, mas não me apetece, e provavelmente
até nem interessa, porque sei que ninguém me vai ler (estou muito indigente),
mas a par, e para colocar uma representante do sexo feminino, temos de
respeitar as quotas, uma mulher de toda a luta, de toda a hora, que sempre
acompanhou o líder, o actual candidato, esse ser maravilhoso, por ser, mas não
só, minha amiga, a Madalena.
Mas há mais alguns, não muitos, mas há mais alguns. E porque
os jovens não podem ficar de fora, um jovem, não tanto nas acções, pois
demonstra grande activismo político, e grande maturidade, apenas jovem na
idade, o Tierry, incansável e sem medo, que fez crescer, e vai fazer crescer
ainda mais, o número de elementos da JS de Miranda, este jovem advogado, é outro
reconhecido companheiro das ditas solitárias saídas, pelo Concelho, do nosso candidato.
E por fim, um maduro, um amigo, e desculpem repetir, um
amigo que impulsionou, que motivo, ponderado, bem relacionado, tranquilo, mas
leal, direi mais, o rosto da lealdade e do desinteresse, o Zé Mário Gama.
No fim de tudo, e depois de elencar estes nomes, esta era a
minha lista para a Câmara, para a vereação, estes nomes, estas pessoas.
Contudo, e porque sou leal ao líder, irei a jogo e à luta, pelos nomes que
foram escolhidos. Porque em democracia é assim, aceitar! Mas em democracia é
também se poder dizer o que se pensa, e expressar aquilo que seria a nossa
opção.
Este meu texto, bem como o anterior, visam e são decorrentes
de um sentimento, o da PLURALIDADE, mas de uma pluralidade que como refere
Blaise Pascal, procura a unidade, e não o contrário! Contudo, e como diz o
mesmo, uma UNIDADE que não seja decorrente da pluralidade, de cada um pensar
diferente mas manter a união, é apenas ditadura! FACTO!